Ripposati debate SUSFÁCIL em reunião com representantes da saúde
Vereador Ripposati (PSDB) reuniu-se, esta semana, com representantes dos segmentos de saúde e a Promotoria de Defesa da Saúde para discutir e buscar soluções para as deficiências do SUSFÁCIL. O encontro aconteceu na Câmara Municipal de Uberaba e reuniu aproximadamente 18 profissionais em busca de avanços nas discussões sobre a operação do sistema no município.
Segundo o parlamentar, a legislação permite que o paciente fique até quatro dias nas Unidades de Pronto Atendimento aguardando a internação, mas muitos chegam a ficar mais de 10 dias nas UPAs esperando a liberação de leitos. Além de prejudicar o paciente, atrapalha o funcionamento do próprio sistema devido ao congestionamento nas unidades de saúde. Essa demora não pode acontecer, pois, enquanto espera o atendimento, o paciente pode se descompensar e complicar seu estado de saúde, explicou.
A origem do problema, após entendimentos entre os presentes, é que não há leitos suficientes para atender os casos de média complexidade. O fluxo de pacientes vindos de outras cidades da região é bastante superior à quantidade pré-estabelecida, principalmente quando se trata das áreas de ortopedia e cirurgia vascular. O coordenador do SUSFÁCIL da Superintendência Regional de Uberaba, José Natal França, explicou que o sistema funciona em Uberaba desde 2007 e é mantido através de uma co-gestão entre estado e município. Por isso, é preciso que ambas as esferas de poder atuem na resolução da questão.
A Diretora de Regulação da Secretaria da Saúde, Lamonise Ribeiro, propôs que fosse feito um Termo de Ajustamento de Conduta entre esses municípios da macrorregião da saúde para regulamentar os atendimentos. Estamos fazendo nossa parte. Durante negociação com o Hospital São Domingos, definimos que o hospital, que hoje possui cinco leitos para atendimento de usuários do SUSFÁCIL, aumente gradativamente este número até chegar a 24 leitos.
Para o conselheiro de saúde, Jurandir Ferreira, não adianta falar de Hospital Regional se não for resolvido o problema da demanda de pacientes de outras cidades. Segundo ele, o hospital, por si só, não vai desafogar as unidades de saúde e os hospitais. É preciso desenvolver uma gestão que, junto à promotoria, fiscalize os atendimentos que estão sendo feitos a pacientes que não moram em Uberaba. Precisamos atender a todos, sem deixar de assistir a população do município que abriga os hospitais. É preciso cumprir com a regulamentação.
Também presente na reunião, o presidente da Comissão de Saúde de Saneamento, vereador Cléber Cabeludo (PMDB), solicitou o engajamento de todo o segmento, órgãos públicos e iniciativa privada, para encontrar soluções que atendam às necessidades da população. Se cada um fizer um pouco, podemos amenizar os problemas que Uberaba vive na área da saúde hoje.
Representante da Promotoria de Defesa da Saúde, promotora Cláudia Alfredo Marques Carvalho, após ouvir as manifestações dos presentes, organizará uma reunião com a promotoria de todas as cidades que compõem a macrorregião que usufrui do SUSFÁCIL em Uberaba na tentativa de se fazer cumprir a regulamentação.
A coordenadora do SUSFÁCIL de Urgência do Hospital de Clínicas, Joelma Capucci da Silveira, acrescentou que, além da questão dos atendimentos e quantidade de leitos, o próprio sistema operacional do SUSFÁCIL precisa de reajustes. Além disso, é preciso preparar os profissionais que lidam diariamente com o sistema. Acredito que o treinamento dos funcionários que vão operar o sistema também é de suma importância para a agilidade na prestação do serviço.
Segundo o vereador, o objetivo da reunião foi trocar idéias para avançar nas discussões. Dentre suas solicitações, é preciso rever a situação do Hospital Escola. Certa vez, quando membro de uma comissão especial que era responsável por levantar o número de cidades que poderiam ser atendidas pelo Hospital Escola, constatamos o total de 25 cidades cadastradas. Mas, na realidade, pacientes de 423 cidades estavam sendo atendidos aqui. Ou seja, é preciso que o governo federal fiscalize essas irregularidades.
Ripposati defende, também, o aumento de equipes do PSF, ampliação dos horários de atendimento em algumas unidades, melhoria das condições das UPAs e solução para falta de médicos em algumas especialidades. De acordo com o Ripposati, as sugestões dos presentes integrarão um requerimento que será apresentado em plenário pelo vereador.
