Borjão denuncia irregularidades em UPA
Para averiguar denuncia recebida de atos irregulares cometidos na UPA Mirante, na noite de segunda-feira o vereador Marcelo Machado Borges - "Borjão" (DEM) foi até a Unidade e constatou a veracidade das denuncias. "Situações gravíssimas estão ocorrendo internamente. vou agendar uma reunião com a diretoria da Pró-Saúde, para que as providências sejam tomadas imediatamente", afirmou Borjão.
Conforme verificou in loco, o vereador destacou os procedimentos que estão em desacordo com as normas técnicas. Segundo ele está sendo expedida receita de Buscopan intramuscular, quando a medicação somente pode ser aplicada intravenosa. Disse ainda que os enfermeiros e técnicos são obrigados a lavar o material contaminado, até com tuberculose, para posteriormente ser encaminhado para esterilização na UPA São Benedito. Ressaltou que estes profissionais contam apenas com luvas e óculos, como equipamento de proteção individual. "Sequer um avental foi fornecido a eles, aumentando ainda mais o risco de contaminação. Nem os acompanhantes de pacientes com risco de contaminação recebem luvas e nem álcool para as mãos", argumentou, acrescentando que falta máscara nº95; aparelho para ver a saturação do paciente, oximetro; além disso, o autoclave está sem uso.
Durante a visita, Borjão contatou ainda que na UPA tem um desfibrilador para atender 5 leitos, quando deveria ser um para cada leito, inclusive um deles é emprestado do Hospital das Clínicas. O mesmo ocorre com o aparelho de ventilação, que tem apenas dois, sendo um, também emprestado pelo HC. "Ou seja, se os equipamentos forem devolvidos, a Unidade fica totalmente desprovida. Sem mencionar que três respiradores estão parados por falta de conexão", ressaltou.
Quanto ao número de funcionários, Borjão ressaltou que, principalmente no período noturno o número de profissionais é reduzido. Enquanto que durante o dia há dois técnicos de enfermagem para fazer triagem, à noite há apenas um. "Conclusão, o paciente precisa aguardar por longas horas para ser atendido", informou.
Outro fato que chamou a atenção de Borjão foi quanto ao fechamento do atendimento externo das farmácias das UPAS, que obriga os pacientes a procurarem a farmácia da prefeitura (avenida Nelson Freire), que funciona somente em horário comercial. "Isto é, os usuários que procuram a Unidade à noite e nos finais de semanas, ficam sem o medicamento receitado", afirmou, ressaltando que falta medicamento também para o uso interno, conforme várias denuncias feitas anteriormente.
O parlamentar finalizou denunciando que foi relatado a ele que os funcionários estão sofrendo assédio moral, ameaças e pressões para que não falem sobre os problemas existentes, sob pena de ser demitido. "Um absurdo que não aceito de forma alguma, já que sou autor da Lei que pune essa pratica no serviço público municipal", concluiu.
