A administração pública municipal precisa dar mais atenção para as matas da cidade, na opinião da vereadora Denise Max (PR). A parlamentar, que é relatora da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da CMU, cobrou mais atenção especialmente para a Mata do Carrinho que, segundo ela, precisa urgente de uma revitalização.
Denise lembrou que vários vereadores já cobraram melhorias no local, assim como reportagens publicadas na imprensa local. Ela também citou uma matéria publicada no ano de 2014 em um jornal da cidade, na qual o professor de educação física Orlando Macedo destaca as características da mata, como as trilhas marcadas com pedras britas, com suas inúmeras espécies da flora, árvores seculares, que ultrapassam os 30 metros de altura. O texto cita que no total são 113 espécies de árvores, sendo 97 nativas e 16 exóticas, como sete copas, sibipiruna, mangueira, jaca-dura, palmeira asiática e flamboyant.
A reportagem cita, ainda, que a mata pode ser classificada como uma floresta estacional decidual (um ecossistema do bioma Mata Atlântica), representada por gramíneas, arbustos e cipós. Tem ainda a presença de vários pássaros, como saracura, joão de barro, bem-te-vi e papa-capim.
Denise ressaltou a importância de reiterar o pedido quantas vezes forem necessárias, até o final de seu mandato, pois entende que Uberaba é carente de áreas verdes. A vereadora explicou que já recebeu várias reclamações de moradores daquela região, que costumavam usar o parque para o lazer e a realização de caminhadas, para ter um contato maior com a natureza. Recentemente um morador da terceira idade disse que tinha o parque como uma terapia, onde fazia caminhada pelo menos três vezes por semana, e agora não pode mais. O morador avaliou que o local deveria ser um dos principais pontos de área verde do Município, um ponto de encontro diário para o lazer das famílias.
Denise citou como exemplo o Parque do Sabiá, na cidade de Uberlândia, e afirmou que fica envergonhada de viver em uma cidade que não oferece um espaço verde semelhante. Ela cobrou do prefeito Paulo Piau, “os parques, as praças, estão um lixo, e não é falta de pedirmos não”, argumentou.
Para a parlamentar, algumas coisas não têm como serem defendidas, pois a realidade está aí para qualquer um ver. “Não temos um parque na cidade onde possamos entrar. Precisamos de uma política para revitalizar os parques públicos”, acrescentou.
O vereador João Gilberto Ripposati (PSD), que é da Comissão do Meio Ambiente, mais uma vez também demonstrou preocupação com o tema. Ele comentou que estudos mostram que o aquecimento do planeta vai acontecer nos próximos 30, 40 anos. Segundo o vereador, a área da Epamig/Embrapa, situada na Univerdecidade, conta com uma área de 246 hectares, sendo a maior reserva ambiental do Município, onde já são desenvolvidas pesquisas para que as plantas sejam mais resistentes ao calor.
Para Ripposati, o que a vereadora Denise registrou é uma realidade, pois ele mesmo já apresentou vários requerimentos, além de colocar as metas nos orçamentos. Ele explicou que na audiência da Superintendência Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Supram), que pediu para ser realizada na cidade, foi apresentada uma proposta para que seja duplicada a área verde do Município.
“Tem espaço para ampliar o parque ambiental e controlar o calor na cidade. O assunto já foi discutido na Casa, inclusive com ações incluídas no Plano Diretor”, acrescentou o parlamentar. Ripposati lembrou, ainda, que houve muita exploração por parte de empreendedores, que ao construírem projetos habitacionais, não pensaram em compartilhar com o Município a responsabilidade pela manutenção dos parques e reservas.
“O que estamos vivenciando hoje vem do passado, mas temos que pensar pra frente. O Meio Ambiente é o conceito de sobrevivência da população”, finalizou o vereador.
Denise ainda destacou que as matas diminuem a poluição, reduz a temperatura local, aumenta a umidade do ar, redução do sol direto, aumenta as áreas permeáveis do solo e contribui com a redução das enchentes, serve de abrigos para animais, entre outros benefícios. “Eu quero que a população saiba que não foi falta de a gente implorar pelas praças e parques. Espero que o próximo prefeito entenda que sem florestas nossa vida é muito mais curta”, concluiu.
Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
01/09/2016
