Se for sancionado pelo Poder Executivo o Projeto de Lei nº 044/14, de autoria da vereadora Denise Max - Denise da Supra (PR), aprovado na penúltima reunião do mês de abril nesta segunda-feira (28), a Campanha Permanente de Defesa dos Direitos da Mulher, pela Lei Municipal 9.564/0, poderá ser divulgada também nos ônibus coletivos, abrigos de espera e terminais de transportes urbanos.
A vereadora informou que a cada dois minutos cinco mulheres são agredidas no país. Portanto, para ela, a sua proposta é mais um mecanismo que irá auxiliar no combate a violência contra as mulheres. "Sem dúvidas que a campanha divulgada nos ônibus irá atingir uma grande quantidade de pessoas, uma vez que o transporte circula por toda a cidade e este é o nosso objetivo, conscientizar crianças e adultos de que maltratar mulher é crime e dá cadeia", ressaltou.
O vereador Franco Cartafina ressaltou que, infelizmente, estes dados têm crescido, mas por outro lado o Poder Público tem dado respaldo para proteger as mulheres que são vítimas de maus tratos, a exemplo da Lei Maria da Penha. Já o vereador Edcarlo Carneiro - Kaká Se Liga (PSL) disse que é importante que Uberaba saiba que hoje no Poder Legislativo tem uma mulher que está zelando pela segurança das uberabenses, em especial aquelas que são agredidas pelos seus companheiros. Acrescentou que atualmente muitas delas são coagidas pelos seus maridos dentro de suas residências. Algumas, ressaltou Kaká, já não têm mais voz diante do medo e da tortura psicológica que recebem. "Elas não podem calar, a primeira que for agredida precisa denunciar, caso contrário muitas outras agressões virão", argumentou.
O vereador Samir Cecílio (SDD), se referindo ao índice apontado pela vereadora, revertendo em horas, disse que uma mulher é agredida a cada 24 segundos, e para ele é um número alarmante e preocupante. Sugeriu ao vereador Ismar Vicente de Paula - Ismar Marão (PSB) que reapresente o Projeto de Lei contra a pedofilia. "Se existe uma Lei que autoriza a exploração de publicidades nos transportes coletivos, então a campanha contra a pedofilia pode ser divulgada também, sem esbarrar em pareceres inconstitucionais", ressaltou.
Denise agradeceu o apoio dos colegas vereadores e disse que sua proposta é pequena, porém é uma chance a mais de uma mulher salvar-se da violência doméstica. Declarou que sabe bem o que uma mulher sente quando é agredida, pois já passou por experiência semelhante, "as agressões que recebi não me deixaram traumatizada, elas me deram forças para lutar pelas mulheres que sofrem desse mal", afirmou.
Com referência ao Centro Integrado da Mulher, que agrega a Delegacia da Mulher, a vereadora lamentou o fato de funcionar apenas até as 18h. Para ela deveria ficar aberto 24h. Alegou que são nos finais de semana e à noite quando os homens consomem, em excesso, drogas e álcool, fatores que contribuem para agredir as mulheres. Denise relatou que segundo informações, a qual ela irá apurar a veracidade, a mulher agredida ao chegar à delegacia para fazer o Boletim de Ocorrência precisa marcar hora, assim como o exame de corpo de delito que não é feito na hora. "Chegou a mim uma informação de que um exame de corpo de delito foi marcado para daqui dois meses", disse.
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