Uberaba sofre as conseqüências da retirada do rio Claro do Projeto Água Viva em 2009, diz Borjão
O vereador Marcelo Machado Borges – Borjão em pronunciamento recente no plenário da Câmara de Vereadores cobrou do governo a falta de investimentos na transposição do Rio Claro. Devido a retirada dessa obra das prioridades do projeto Água Viva, Uberaba corre o risco agora de ficar sem água. O racionamento já começou e o presidente do Codau em entrevista coletiva publicada hoje (22-09) pela imprensa fez alerta sobre a iminente situação de emergência, devido aos mais de 100 dias de seca. Desde o final do ano passado o vereador vem alertando para esse risco.
Os sinais podem ser acompanhados ao longo dos últimos meses, através da própria imprensa, que no dia 04/09 noticiou a instalação do sistema de transposição do rio Claro, depois da drenagem do rio Uberaba, que de nada adiantou. No dia 16/05 foi publicada matéria informando que Uberaba está pagando R$ 50 mil para o Igam a cada três meses para usar a água do Rio Claro, sem, no entanto, ainda estar fazendo essa utilização na época.
No dia 27/03 foi publicada entrevista com o então presidente do Codau, na qual ele explicava que a saída da transposição do rio Claro do Projeto Água Viva deu-se porque está em análise nova estratégia de abastecimento. A proposta era de implantar uma adutora no rio Claro para bombear água direto à estação de tratamento. “E onde foi feita essa adutora? O que aconteceu com esse projeto?”, questiona Borjão
Naquele momento era feita a transposição para aumentar a vazão do rio Uberaba no período da seca, porém o argumento era de que não adiantava aumentar a capacidade para 800 litros por segundo no Rio Claro, se a capacidade de captação era de apenas 900 litros do rio Uberaba. “O plano era de ter duas captações, com 1.700 litros, que até agora não aconteceu”, alerta o vereador.
Borjão sempre foi um crítico do volume de recursos pegos em empréstimo e a necessidade e eficiência das obras a serem feitas com esses recursos. Em 2009 foi apresentado o Projeto 280, que previa empréstimo de R$ 68.632.000,00, inicialmente para a construção 32 quilômetros de adutoras, interligando o sistema de captação do Rio Claro à Estação de Tratamento de Água de maneira mais eficiente e definitiva, a fim de atender aos momentos emergenciais de seca. Borjão questionou em todas as fases o projeto, por suscitar muitas dúvidas e ter “pontos obscuros”.
Em 24 de novembro do ano passado esse projeto tramitou com mensagem informando que os recursos seriam para a execução de projetos de interligação do sistema. No entanto, apenas em 26 de novembro o Termo de Habilitação nº 18-000088-1 do Ministério das Cidades, foi assinado pelo representante do secretário nacional de Saneamento Ambiental.
No dia 10 de dezembro, depois de toda a tramitação, com pareceres prontos, o Codau informa que a mensagem estava errada e cinco dias depois foi pedido vistas para modificação do texto. No dia seguinte, o projeto volta ao plenário, sem a transposição e é aprovado, com os votos contrários dos vereadores Marcelo Borjão, Itamar Ribeiro e Afrânio Cardoso, além da abstenção do vereador Samuel Pereira.