Dia Municipal À Flor da Pele é aprovado na CMU para abordar câncer de mama e mastectomia

06/11/2024 12:09

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O trabalho desenvolvido pelo projeto À Flor da Pele foi inserido no Calendário Popular do Município, através de um Projeto de Lei, aprovado na última quinta-feira (04). A matéria, apresentada pela vereadora Luciene Faquinelli, dá destaque ao importante trabalho realizado pelo projeto, voltado a mulheres que tiveram câncer de mama e que passaram por uma mastectomia.

Foi escolhido o mês de outubro para a comemoração do Dia Municipal À Flor da Pele, levando em conta que neste mesmo mês é realizada a Semana Outubro Rosa. Inicialmente a vereadora havia escolhido o dia 24, sendo o projeto aprovado com esta data, porém, para atender a um pedido do coordenador do projeto, o médico mastologista Cleber Sérgio da Silva, posteriormente outro PL vai alterar para o dia 26, data em que o projeto foi iniciado, segundo o médico, no ano de 2019.

A vereadora disse que se sentia honrada em defender o projeto.

O mastologista Cleber Sérgio, que também é o idealizador do À Flor da Pele, explicou que o projeto é desenvolvido dentro do hospital Doutor Hélio Angotti. Para o médico, o hospital é um patrimônio da cidade, que presta atendimentos para 27 municípios e que realiza cerca de mil cirurgias oncológicas por ano. “As pessoas vêm de diversas cidades e recebem aqui um atendimento humanizado”, afirmou o coordenador.

Cleber Sérgio disse que as primeiras próteses foram conseguidas com o apoio do Rotary e de outros parceiros, para a realização das reconstruções mamárias. Ele lembrou que as sequelas do câncer de mama vão muito além do físico, pois atingem a alma. “A cirurgia resgata a saúde mental, o prazer de ser mulher, de colocar um vestido para ir a uma festa, que ela muitas vezes não tem. Ao longo de mais de 20 anos lidando com mulheres com câncer de mama, quantas vezes eu vi mulheres curadas pela cirurgia, pela quimioterapia, mas emocionalmente destruídas, pelas sequelas que ficaram”.

O médico lembra, ainda, que a cirurgia reparadora é um direito da mulher, mas diversas barreiras e dificuldades são enfrentadas, a começar pelo acesso ao mastologista, devido a grande demanda de pacientes. “Só para este estamos esperando mais de 70 mil novos casos no Brasil, e a demora no diagnóstico muitas vezes atrapalha. Nós ainda temos o privilégio de contar com um hospital oncológico, que presta atendimento mais rápido, mas no geral a população brasileira tem uma dificuldade muito grande de acesso e, muitas vezes, quando a mulher chega para o tratamento, já está com a doença avançada, o que demanda a mastectomia”, comentou.

Segundo o coordenador, o projeto leva a solidariedade, através dos vários parceiros da sociedade civil, que colaboram, financiando tudo o que necessário, desde transporte aéreo para médicos, hospedagens, além dos materiais cirúrgicos. Ele explicou que até agora já foram realizadas 149 reconstruções e para este ano estão programadas outras 31, em três dias de cirurgias, nos dias 24, 25 e 26 de outubro, com as presenças de aproximadamente 18 médicos, de diferentes regiões do Brasil.

“Mais que a reconstrução mamária, o projeto À Flor da Pele lembra a mulher que ela precisa se cuidar, fazer a mamografia. Muitas não vão por medo, medo da mutilação, e através do projeto a gente tenta contagiar a mulher e dizer que o importante é tratar. E mesmo as sequelas mais difíceis, a gente pode minimizar um pouco daquela dor provocada pela doença”.

Para o médico, é muito importante ter um dia para lembrar a mulher sobre a importância de se cuidar. “Se todas as mulheres buscassem a mamografia, o atendimento médico a tempo, provavelmente projetos como esse não precisariam ser realizados”, avaliou.

Outro número que chama atenção, de acordo com o médico, é que cerca de 70 mil mulheres no país ainda vivem sem a mama. “A cada 40 minutos uma mulher tem a mama totalmente retirada no Brasil. Essa é uma realidade muito séria, que a gente precisa mudar, com ações educativas e com ações que a gente possa oferecer a oportunidade de reconstrução, de modo a dar um pouco mais de esperança, de alívio de dor a estas mulheres”, acrescentou Cleber Sérgio.

Dia Municipal À Flor da Pele tem como objetivo dar visibilidade ao tema da reparação da saúde e dignidade mamária/oncológica, demonstrando o projeto social homônimo no ato de devolver a integridade da mulher vítima de câncer de mama e retratando o trabalho realizado em forma de mutirão na cidade de Uberaba; incentivar ações afirmativas voltadas à saúde oncológica da mulher e a divulgação e meios de acesso ao mutirão; incentivar rodas de conversa, campanhas informativas e palestras sobre a reconstrução mamária e a saúde oncológica da mulher; mobilizar universidades, instituições de classe, instituições públicas e privadas, escolas públicas e particulares para o trabalho de conscientização sobre o projeto e seu caráter humanitário.

 

Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
05/07/2023

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