Dutra quer tombamento da 3ª Usina Hidrelétrica construída no país
Apoiado pelo atual proprietário e por representantes da Fundação Cultural e COMPHAU, Presidente Dutra visitou a Usina de Monjolo e quer proceder ao tombamento do empreendimento que constitui a terceira hidrelétrica do país e a primeira da região.
Engajado no projeto de Preservação da Memória e História de Uberaba, presidente da Câmara Municipal, vereador Luiz Dutra, quer revitalizar usina desativada há mais de 40 anos localizada há 28 quilômetros de Uberaba. A Usina de Monjolo, como é conhecida, foi construída em 1905, sendo a terceira hidrelétrica do país e a primeira da região. Acompanharam o presidente e comitiva da CMU durante a visita o professor de História, Pedro dos Reis Coutinho, o presidente da Fundação Cultural, Fábio Maciotti, coordenadora do COMPHAU (Conselho Municipal de Patrimônio Histórico de Uberaba), Juliana Almeida, e o proprietário da área Vander de Freitas.
Segundo Dutra, é preciso proceder ao tombamento da usina como forma de proteger o patrimônio histórico e artístico do município. Ele explicou que antes da Usina Hidrelétrica de Monjolo, as únicas existentes no Brasil localizavam-se em Juiz de Fora e Poços de Caldas. A Monjolo foi a terceira hidrelétrica construída no país, antes mesmo do empreendimento instalado no Rio de Janeiro. Devido a esse valor histórico queremos que a usina que durante tantos anos serviu a Uberaba passe por um processo de revitalização e constitua ponto turístico futuramente, salientou.
Pedro Coutinho, que concorda com o presidente quanto ao tombamento, a Usina de Monjolos é uma réplica da primeira hidrelétrica criada no Brasil, sediada em Juiz de Fora. De acordo com ele, o maquinário dos dois empreendimentos foi adquirido na mesma empresa. OS uberabenses são de um pioneirismo a toda prova. Eles introduziram modificações econômicas na história do Brasil, tanto na agricultura e pecuária, quanto no comércio e também na tecnologia, explicou o professor.
A iniciativa do Legislativo encontrou respaldo junto ao COMPHAU, que, anteriormente, havia enviado técnicos ao local e levantado dados sobre a história da usina que confirmavam a necessidade de preservar sua memória. Por isso, a coordenadora do órgão salientou que as expectativas são as melhores possíveis em relação ao tombamento. Será feito o decreto de tombamento que deverá ser assinado pelo prefeito Anderson Adauto. Nesse sentido, Juliana esclareceu, também, que o proprietário comprometeu-se a realizar os procedimentos necessários para proceder à revitalização. O proprietário já se comprometeu, junto ao projeto de reativação, a fazer o projeto de revitalização que, inclusive, é condicionante do licenciamento ambiental, explicou.
Como proprietário da Fazenda Palmeiras, onde está localizada a usina, Vander, como cidadão, sente-se na obrigação de preservar o local que contribuiu para o desenvolvimento de Uberaba e região. Segundo ele, o projeto de reativação virá acompanhado da revitalização da casa de máquinas. A licença de instalação já foi emitida junto ao COPAM em Uberlândia e o projeto está na fase de assinaturas de contrato junto a prestadoras de serviço para execução das obras de reconstrução que estão previstas para iniciar em outubro. É importante preservar e lembrar o trabalho dessas pessoas que, sem muitos recursos, atuaram pelo bem da cidade e da região, acrescentou.
A hidrelétrica forneceu energia para Uberaba de 1905 a 1941. Deste ano a 1970, sua produção foi voltada para Conceição das Alagoas e Veríssimo. Trabalharemos juntos com o Vander pela reativação da usina. Quanto à revitalização, acompanharemos todo o processo, uma vez que tudo tem a ver com o projeto de preservação da memória da cidade de Uberaba que está em andamento desde o início do ano, salientou.