O Plenário da Câmara recebeu nesta tarde (8) servidores da Associação de Combate ao Câncer do Brasil Central – Hospital Dr. Hélio Angotti para ato público organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais e Casas de Saúde de Uberaba - SindiSaúde - com o apoio da Câmara Municipal. Durante a manifestação estiveram presentes aproximadamente 120 funcionários que estão de braços cruzados há oito dias. A greve já tem adesão de 180 pessoas [a instituição conta com 523 funcionários].
Compondo a mesa de trabalhos estavam o presidente da Câmara, Luiz Humberto Dutra (SD), o vereador e integrante da Comissão de Saúde do Legislativo, Cléber Humberto Ramos (PROS), o presidente do SindiSaúde Juny Júnior, Roberta Pegorari de Almeida, assessora jurídica do sindicato, o assessor jurídico do Hospital Dr. Hélio Angotti, Ivandir Sebastião Ribeiro, Jurandir Ferreira, conselheiro estadual de Saúde, Glaucia Garcia, representando o Instituto Boa Fé, e representantes da Comissão de Greve dos servidores do hospital.
O vereador e presidente da Comissão de Saúde, Marcelo Machado Borges – Borjão (DEM) não esteve presente no Plenário, mas justificou sua ausência com compromissos que já haviam sido assumidos antes do agendamento da manifestação. Edcarlo dos Santos – Kaká Se Liga (PSL) e João Gilberto Ripposati (PSDB) estavam representados por assessores.
Luiz Dutra abriu os pronunciamentos, anunciando que o objetivo do encontro é encontrar soluções para os problemas que vêm acontecendo na instituição, que possui 150 leitos e atende 180 municípios.
Segundo o site do Hélio Angotti, o orçamento do hospital em 2014 foi da ordem de R$ 50 milhões. “Por mês, a instituição tem custo aproximado de R$ 4 milhões, mas o SUS cobre apenas R$ 1,8 milhão da necessidade orçamentária mensal”, traz o site.
Durante todo o manifesto, os servidores expuseram suas insatisfações e dirigiram ao assessor jurídico do Hospital Dr. Hélio Angotti, Ivandir Sebastião Ribeiro, perguntas e cobranças por soluções. Ivandir se manteve tranqüilo e procurou responder a todas as perguntas da classe, desde atrasos nos salários dos trabalhadores até os valores considerados altos pagos à diretoria da instituição. Além dos questionamentos, foi cobrada transparência no processo administrativo do hospital. Jurandir Ferreira aproveitou para solicitar ao assessor jurídico as notas fiscais referentes ao período de 2012 e 2015 das prestações de serviços na instituição por quatro empresas.
Em notícia veiculada no site da instituição, o vice-presidente do Hospital, Gabriel Prata Rezende, informou que um dos benefícios cortados no fim de agosto totalmente pela direção era a assiduidade (15% do salário base de cada trabalhador). “Segundo o vice-presidente do Hospital, neste momento de insuficiência de recursos pelos atendimentos prestados junto ao SUS, a proposta da direção de manter a assiduidade em 10% para os colaboradores com vencimentos até dois salários mínimos (R$ 1.576,00 / mais de 300 empregados) é o máximo suportado pela instituição.
Conforme o Hospital for tendo condição, os benefícios podem voltar à normalidade. Nós estamos preocupados em conseguir pagar todos os salários em dia. Sem esses cortes, não teremos condições de fechar a folha de pagamento para todos os mais de 500 colaboradores, afirma Gabriel. Quanto ao adicional noturno, de 50%, a direção se compromete a pagar o percentual de 30%. Fica mantido também, o corte da gratificação de RTs (Responsáveis Técnicos) e foi negada a estabilidade provisória de greve (os grevistas pedem 180 dias de estabilidade). O hospital se compromete também a não descontar os dias de greve nos salários e benefícios de quem aderiu ao movimento.
Dutra finalizou a reunião, colocando o Poder Legislativo à disposição da categoria, além de destacar que espera uma solução o mais breve. “Almejo um desfecho feliz para todos, e que seja resolvido esse grave problema que assola o hospital no momento”, disse.
Amanhã haverá uma nova assembleia do SindiSaúde para tentar composição do que é reivindicado pela categoria.
Jorn. Karla Ramos
Dep. Comunicação
08/09/205