Aprovados em concurso da Polícia Civil pedem ajuda na Câmara Municipal

16/09/2015 09:25

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Representantes do movimento SOS Polícia Civil estiveram no Plenário da Câmara Municipal. Eles foram convidados pelo vereador Edcarlo dos Santos Carneiro “Kaká Se Liga” (PSL).

Douglas Freitas Borges pediu a ajuda da Câmara Municipal, em nome de quase 2,5 mil investigadores que foram aprovados em concurso da Polícia Civil. De acordo com Douglas, ao todo são 2.472 mil aprovados, sendo que o concurso foi homologado no dia 5 de agosto deste ano. Ele explicou que mil foram convocados para fazer a matrícula e apresentar a documentação necessária na Acadepol. Todos foram orientados a pedir demissões dos empregos ou exoneração dos cargos, bem como a alugar imóveis nas proximidades da Academia, em Belo Horizonte.

Porém, de acordo com Douglas, duas semanas após a matrícula, foram suspensas todas as nomeações, o que pegou todos os aprovados de surpresa. O investigador comentou, ainda, que a Lei Complementar 129, de novembro de 2013, prevê para o cargo de investigador aproximadamente 11,3 mil profissionais, mas hoje tem apenas 5,5 mil em todo o Estado, ou, seja, menos da metade do efetivo necessário.

E o problema vai piorar ainda mais, pois 1,5 mil investigadores devem se aposentar entre 2015 e 2016, conforme esclareceu Douglas, enquanto a criminalidade só aumenta no Estado. “Em Uberaba cada delegado conta somente com dois investigadores, quando deveriam ter muito mais. O efetivo é muito pequeno”, afirmou o investigador, destacando que nem os quase 2,5 mil aprovados não supririam a real necessidade.

O SOS Polícia Civil defende um cronograma de convocação de todos os aprovados o mais rápido possível, o que poderia amenizar a crise na segurança. “Mas até então o Estado fica em um silêncio constitucional. Não estamos pedindo esmola, pois nos preparamos, gastamos dinheiro, saúde física e psicológica. Queremos ajudar a sociedade e, principalmente, voltar para Uberaba, nossa terra natal”, afirmou o representante do movimento, destacando que a PC está material e humanamente sucateada.

Douglas ainda lembrou que o último concurso para investigadores aconteceu em 2008, sendo que desde então a população e a criminalidade aumentaram, enquanto o efetivo só diminuiu. “Nós queremos ajudar o Estado e principalmente nossa cidade, por favor, salvem a Polícia Civil”, finalizou o investigador.

Causa. Para o presidente do Legislativo, vereador Luiz Dutra (SD), que fez carreira na Polícia Civil e se aposentou como delegado-geral de Polícia Civil, os futuros policiais não podem desanimar, pois estão no caminho certo. “Ser policial é defender uma causa. Que vocês possam ingressar nesta instituição com moral, dignidade e honradez”, disse Dutra, manifestando total apoio à causa.

O presidente também comentou que desde meados de 1976 nunca viu um concurso ser interrompido. Ele ainda lembrou que o governador de Minas, Eduardo Pimentel, vai estar na cidade nesta quarta-feira (16) cumprindo agenda, e sugeriu que seja entregue a ele um documento com as devidas reivindicações.

O vereador “Kaká Se Liga” cumprimentou aqueles que estudaram a vida inteira para prestar o concurso e ao serem aprovados foram alijados do processo. “Apesar do problema não ser de competência municipal, não podemos ser omissos, para o que acontece na cidade, na região e no Estado como um todo”, acrescentou “Kaká”.

Segundo o vereador, ele foi procurado por estas pessoas comuns, que são trabalhadores e pais de família. “Esta Casa é respeitada e a cidade tem deputados estaduais eleitos. Nós damos um boi e sempre recebemos um bife, com muita dificuldade”´, afirmou “Kaká”, criticando a atuação do governo estadual como um todo. Ele comentou também que muitos debates já aconteceram, mas os resultados práticos foram poucos, sendo que Uberaba agora ocupa lugar de destaque por causa da violência.

O recuo do governo perante a nomeação dos policiais só vai agravar ainda mais a situação, na avaliação de “Kaká”. Ele comentou que em 2006 a cidade ainda contava com a Cadeia Pública, onde eram mantidos uma média de 300 presos e um número reduzido de Policiais militares. Atualmente a penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira tem 1.340 detentos em um espaço onde caberiam cerca de 600 detentos. “São quase 300 agentes penitenciários cuidando de presos, enquanto a Polícia Militar e a Polícia Civil estão com uma defasagem cada vez maior de efetivo”, avaliou o vereador. Ele disse que é preciso pedir ao governador que olhe com carinho para os aprovados no concurso, com direitos igualitários para todos.

O vereador João Gilberto Ripposati (PSDB) destacou a importância dos profissionais para a sociedade, em virtude da violência cada vez maior, que a população não suporta mais. “Vocês estão reivindicando na hora e no momento certo, às vésperas da visita do governador”, afirmou Ripposati, dizendo que está disposto a fazer o que for necessário para ajudar.

Marcelo Machado Borges “Borjão” (DEM) parabenizou o movimento pela atitude e destacou que o grupo deve aproveitar a visita do governador. O vereador ainda ressaltou que ao todo são 37 vagas para Uberaba, sendo que outros 15 policiais vão se aposentar em breve. “Borjão” sugeriu aos aprovados no concurso que vão para BH, pois os políticos trabalham apenas sob pressão.

Para o vereador Franco Cartafina (PRB), é uma situação vergonhosa, pois os policiais estão pedindo para trabalhar, “parece até piada”, afirmou, analisando que a insegurança provocada pela violência extrapolou até mesmo os problemas com a qualidade da saúde. “Você têm o meu apoio e solidariedade, pois é uma vergonha o que o governador do Estado está fazendo perante a sociedade mineira”, finalizou Franco.

O vereador Samir Cecílio (SD) também fez críticas, lembrando que desde o início do mandado não tem nenhum traço do governo do Estado no município. “Isto ocorre porque o governo não tem dinheiro, e isto acontece em todo o Brasil”, afirmou.

De acordo com Samir, o governo, inclusive o federal, emprega milhares de pessoas sem necessidade, tornando a situação inadministrável, enquanto não tem funcionários onde realmente é necessário, como na segurança pública. Para ele a prefeitura está no mesmo caminho, pois só pensam em cargos para questões políticas.

“Não tem ninguém que tome uma atitude, o Estado está falido. É uma vergonha a situação que nós vivemos”, concluiu Samir.

Ao final da participação do movimento, todos os vereadores se comprometeram a assinar um documento contendo as reivindicações dos investigadores, o qual será entregue ao governador Eduardo Pimentel.

 

 

Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU

15/09/2015

 

 

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