É inaceitável que a população de Uberaba fique prejudicada por causa de queda de braço entre representantes da Superintendência Regional de Saúde que representa o Estado e a Secretaria Municipal de Saúde no que se refere à liberação de veículos e equipamentos para o fumacê. A afirmação é do vereador Marcelo Machado Borges Borjão que esteve hoje na sede do Departamento de Controle de Zoonoses do Município e na Coordenação da Oficina de UBV ( Ultra BaixoVolume), onde são montados os equipamentos de fumacê, no Distrito Industrial III pelo Estado.
Borjão concorda com o ex-vereador Chiquinho da Zoonoses que denunciou o problema em Uberaba. Enquanto eles fazem queda de braço, é a população que corre risco de reviver as terríveis experiências de anos atrás, com uma epidemia ou mesmo um surto na cidade, salientou.
O vereador foi ao DI-III acompanhado do subsecretário de Saúde, João Lisita e sua equipe para conhecer a oficina. Existem no local pelo menos sete caminhonetes Frontier A-200 e oito Nissan novas, com equipamentos zerados e montados esperando para serem aferidos e calibrados, o que pode ficar pronto em uma hora, conforme informações colhidas no local. No entanto, somente são enviados aos municípios quando existe a necessidade, o que está acontecendo aqui. Além disso, a oficina mecânica que conserta os veículos fica fora de Uberaba, tornando ainda mais moroso o processo.
Atualmente o Município tem três viaturas antigas para a realização de pulverizações, com equipamentos com idade superior a 10 anos de uso. No entanto, hoje, duas delas encontram-se danificadas. Com apenas um veículo torna-se impossível a realização da cobertura da cidade. Já foram solicitadas por parte da SMS outras três viaturas, porém com resposta negativa por parte da SRS, sob a alegação de baixa infestação, de acordo com o diretor de Zoonoses de Uberaba, Antônio Carlos Barbosa.
Enquanto a Superintendência usa os dados gerais, nós conhecemos a realidade de cada bairro. Temos um plano de ação e não seria lógico pulverizar a cidade inteira, criando resistência no mosquito, afirmou o diretor.
Dados do Município, que monitora a infestação do Aedes aegypt, demonstram que essa população de mosquitos vem crescendo. Dos 144 bairros da cidade, 65 têm índice de infestação acima de 3%, enquanto a Organização Mundial de Saúde considera aceitável até 1%. Portanto, sendo necessário que haja uma ação mais efetiva de combate ao mosquito.
Borjão tentou entrar em contato com o superintendente estadual de saúde, Iraci José de Souza Neto durante todo o dia de hoje, inclusive por telefone, porém foi informado que o mesmo estava em viagem para Belo Horizonte em reuniões que o impediam de atender ao telefone. Se não houver consenso, o vereador pretende solicitar a presença de ambos no plenário da Câmara. Espero, no entanto, bom senso dos representantes do Estado e do Município, para que a população não seja penalizada, concluiu.