Gasoduto pode atrair fábrica de uréia avaliada em mais de U$ 2 bilhões
O Assessor Especial, Carlos Assis, esteve na CMU a convite do vereador Samuel
O vereador Samuel Pereira (PR) convidou o assessor especial da Prefeitura, Carlos Francisco de Assis Pereira, para participar da reunião ordinária desta segunda-feira (19). O gasoduto Brasil-Bolívia e sua importância para Uberaba e região foi tema da explanação do representante do Poder Executivo. O assunto é discutido há vários anos, mas, agora, o secretário deixou claro que o município fez a sua parte, sendo que é necessário o empenho imediato do Estado, através do governador Aécio Neves, junto ao Governo Federal, para garantir que o gasoduto passe por Uberaba.
Assis se mostrou entusiasmado com a notícia de que, junto com o gasoduto, a cidade também pode receber uma planta de uréia e amônia, avaliada entre U$ 2 e 2,3 bilhões de dólares, maior que a unidade da Fosfértil, a maior produtora de fosfatado da América Latina. Muito usada em ciclos de compressão ( refrigeração ) devido ao seu elevado calor de vaporização e temperatura crítica, a amônia também é utilizada em processos de absorção em combinação com a água. A amônia e seus derivados, como ureia, nitrato de amônio e outros, são usados na agricultura como fertilizantes. Também é componente de vários produtos de limpeza. Outro produto importante derivado da amônia é o ácido nítrico.
Segundo Assis, após algumas pesquisas, o governo definiu a Petrobrás como única responsável pela produção de amônia e uréia a ser desenvolvida no país. “Mas, para isso, é preciso o gás natural”, explicou Assis. Ele revelou ainda ter presenciado uma ligação do vice-presidente José Alencar para a diretoria da Petrobrás, em que ele queria ver Uberaba como alternativa para aplicação do projeto. Posteriormente, afirmou o secretário, participou de outra reunião, também com a diretoria da Petrobrás, de quem ouviu que a cidade é a melhor opção logística. Outro encontro, há cerca de um mês, discutiu a planta de amônia e uréia, demonstrando o empenho do Poder Executivo quanto ao assunto.
Assis lembrou que o fosfato, produzido pela Fosfértil, é o “esposo” da uréia, fazendo com que a possível instalação da planta na região seja de muita rentabilidade para a Petrobrás. “Não podemos mais centralizar as unidades de produção no Nordeste do país, como acontece hoje”, disse o secretário. Atualmente 65% da uréia produzida no país é importada. Ele destacou, ainda, que no ano passado passou pela região, através dos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Vitória (ES), um milhão e 300 mil toneladas de uréia, importada de outros países.
“É preciso que o Estado Mineiro crie um momento de coragem, pois até o final do ano, a Petrobrás deve divulgar onde a planta será instalada”, ressaltou Assis, lembrando que apenas a Fosfértil gasta cerca de U$ 30 milhões por ano na aquisição de amônia, em um país com uma péssima infraestrutura no transporte terrestre. Para ele, o Estado de Goiás, que também poderá ser beneficiado, é outro importante parceiro.
O presidente da CMU, Lourival dos Santos, solicitou ao secretário um respaldo técnico para criar uma Frente Parlamentar de apoio ao gasoduto, mobilizando outras câmaras e prefeituras da região, com o mesmo objetivo. A sugestão foi aprovada pelo vereador Samuel, assim como pelos demais parlamentares.
“Não vamos nos iludir, que por termos os fosfato e sermos bem localizados, o gasoduto caia no nosso colo”, lembrou Assis, acrescentando que “é preciso levar um grito ao governo do Estado. Ele finalizou, informando que uma única unidade de amônia e uréia deve ultrapassar a geração de mil empregos diretos e indiretos. “O esforço compensa”, concluiu o secretário.
O presidente Lourival disse que a Comissão de Desenvolvimento Econômico e a Frente Parlamentar vão dar sequência aos trabalhos.