Conseguir cirurgias plásticas reparadoras de sequelas causadas por atos de violência contra a mulher é o objetivo da vereadora Denise Max (PR). A parlamentar enviou requerimento ao prefeito Paulo Piau, solicitando-lhe cumprimento da Lei nº 13.239/2015, que dispõe sobre a oferta e a realização, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, desse tipo de cirurgia plástica.
De acordo com Denise, a cada duas horas uma mulher é vítima de homicídio, contabilizando 372 mulheres mortas por mês. “Os índices foram levantados pelo Instituto Avante Brasil (IAB), a partir de dados do DataSUS, do Ministério da Saúde, e revelam um retrocesso, se comparado à década de 1980, por exemplo, quando uma mulher era assassinada a cada seis horas, totalizando 113 por mês.”
Desde o nascimento, as mulheres são as principais vítimas de violência em todas as faixas etárias, contou Max. “Para crianças e adolescentes com até 19 anos, a violência física é predominante, seguida da violência sexual, totalizando mais da metade dos atendimentos realizados na rede pública de saúde, em 2011. O terceiro tipo de violência mais recorrente é a psicológica. O levantamento revela que a maioria das vítimas de violência sexual tinha menos de 20 anos, sendo que a maior parte ocorre na própria residência, lugar que deveria ser chamado de lar.”
A vereadora, que já foi uma vítima de violência doméstica, ressalta que as mulheres que são agredidas fisicamente, e que apesar da violência não vão a óbito, ficam com sequelas físicas e estéticas seríssimas. “Para muitas, as cicatrizes deixadas pela agressão são tão serias que a única solução é a cirurgia plástica reparadora. Com a nova lei, a mulher tem o direito à cirurgia, mesmo que as sequelas não sejam decorrentes de violência doméstica, garantindo que podem realizá-la em unidades de saúde próprias do SUS (hospitais públicos) ou, então, em hospitais privados que sejam contratados ou conveniados ao Sistema Único de Saúde. Os hospitais e os centros de saúde devem informar sobre a possibilidade de acesso gratuito à cirurgia plástica para reparação das lesões ou sequelas de agressão comprovada ao receberem as vítimas”, destacou
Jorn. Karla Ramos
Dep. Comunicação - 01/04/2016