Dia Municipal de Combate a Dengue terá parceria da Câmara e prefeitura
Pela primeira vez Uberaba vai ter um Dia Municipal de Combate a Dengue. A data foi criada através de um Projeto de Lei de autoria do vereador Samuel Pereira (PR), aprovado em maio deste ano. Esta semana o parlamentar se reuniu com o secretário municipal de Saúde, Fahim Sawan, para começar a definir as ações, que serão desenvolvidas no penúltimo sábado do mês de novembro.
Samuel explicou que, apesar de já existir o Dia Nacional de Combate a Dengue (na mesma data), o mesmo não existia no calendário municipal. Na semana que anteceder a data serão realizadas campanhas educativas e de comunicação social, com o objetivo de mobilizar iniciativas do Poder Público e a participação da população. Tudo isto vai acontecer independentemente das ações preventivas, desenvolvidas durante todo o ano.
Além disso, o vereador lembrou que Uberaba está entre as primeiras cidades no ranking estadual de pessoas infectadas. Atualmente existem quatro tipos de dengue, transmitida pelo mosquito Aedes Eegypti, que se propaga principalmente através de recipientes com água limpa acumulada.
As ações do dia 23 de novembro vão acontecer através de uma parceria entre a prefeitura e a Câmara Municipal em uma praça da cidade, que ainda não foi definida. Também serão realizadas as entregas de panfletos informativos nos semáforos do centro.
A intenção, de acordo com Samuel, é de que a situação complicada do início deste ano não se repita em 2014.
Fahim Sawan disse que está preocupado com o que pode acontecer. Ele contou que recentemente esteve com o secretário de Estado da Saúde, que alertou sobre a possibilidade de uma nova epidemia de dengue em Minas.
O secretário municipal contou que este ano foram atendidas 20 mil pessoas nas duas Unidades de Pronto Atendimento (Upas) da cidade, sendo que 450 permaneceram internadas, 30 em estado grave, com um saldo de 20 mortes. "A soma dos esforços é muito importante. A cidade estava muito suja", comentou Fahim, lembrando também da epidemia de 2006. Ele também ressaltou que são quatro tipos de vírus, sendo que a pessoa não repete o mesmo duas vezes e quando pega pela segunda vez é outro vírus, fazendo com que a reação do sistema imunológico seja muito grande e o sofrimento ainda maior.
Para o secretário, se ocorrer uma terceira epidemia, a reação poderá ser ainda pior, inclusive com mais óbitos, e lembrou que a cidade não tinha leito para atender todos que precisavam. Inclusive foi por este motivo que a secretaria decidiu expandir a vacinação contra a gripe suína, porque não tinha estrutura para atender uma nova epidemia.
Tecnologia A Secretaria Municipal de Saúde contratou uma nova tecnologia para monitorar o mosquito transmissor da dengue. A intenção, segundo Fahim, é de não esperar aparecer os doentes, para só então tomar providências, como ocorria anteriormente.
Ao todo foram espalhadas pela cidade 869 armadinhas, com autorização dos moradores das residências. O trabalho iniciou na 28ª semana e atualmente está na 44ª semana. O objetivo é capturar a fêmea e monitorar a infestação. Caso haja reincidência, é uma evidência de que o combate naquele local precisa ser melhorado. Fahim também esclareceu que na epidemia de 2006 foi o tipo 3 da doença, enquanto na deste ano foi detectado o tipo 1, mas já tem cidades da região com o tipo 4 da doença.
O secretário também explicou que é feita uma classificação de risco, monitorada online, cinco dias por semana. "Quando o alerta máximo é atingido, uma equipe da Zoonoses é enviada ao local para averiguar a situação e tomar as providências necessárias", disse Fahim. "É preciso convencer toda a população a ser o agente de zoonoses da própria casa, mantendo o quintal limpo. Com isso vamos impedir uma nova epidemia", acrescentou, lembrando que basta chover para a situação ficar ainda mais complicada. Outro aspecto importante é a limpeza das caixas d"água, que às vezes são esquecidas pelos moradores e ficam abertas, acumulando sujeira.
Ainda segundo Fahim, os mosquitos capturados pelas armadilhas são enviados para a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em Belo Horizonte, para verificar se têm o vírus e qual o tipo. A boa notícia é que até agora não foi identificado nenhum dos quatro tipos de vírus na cidade.