O vereador Edmilson de Paula (PRTB) já oficializou ao presidente Elmar Goulart (SDD) a sua intenção em realizar uma Audiência Pública, no mês de maio, para se debater sobre o Programa "Reinventando o Ensino Médio: a Educação de Minas Gerais e as condições do ensino regular noturno na Rede Estadual de Ensino".
A justificativa a tal solicitação vem em decorrência de sanar os problemas enfrentados pelos estudantes e educadores da rede estadual de ensino depois que uma resolução enviada pelo até então governador Anastasia, criou uma nova modalidade de ensino, chamada de "Reinventando o Ensino Médio", "sem dar subsídio nenhum para que esse trabalho seja feito", segundo o vereador.
O vereador Marcelo Machado Borges(DEM), diante da situação, enviou ofício ao Anastasia, ainda em março, solicitando-lhe uma reavaliação sobre a implantação do Programa, justificando que "não há profissionais para assumir essas aulas, ocasionando lacunas."
Conforme é divulgado no site oficial do governo, o "Reinventando o Ensino Médio" é um projeto da Secretaria de Estado de Educação, que propõe "reformular o Ensino Médio, reconstruindo sua identidade como última etapa da Educação Básica, por meio de uma ordenação curricular e estratégias didático-pedagógicas inovadoras que estabeleçam uma efetiva relação com o conhecimento e possibilitem a construção da autonomia e da emancipação dos jovens, seja para a conclusão ou continuidade dos estudos ou para a preparação à inserção no mundo do trabalho".
Conforme esclareceram representantes do SIND-UTE, presentes na Câmara durante uma sessão, além das disciplinas tradicionais, os estudantes poderão escolher uma disciplina dentre opções voltadas para áreas de empregabilidade. Essas disciplinas - Empreendedorismo e Gestão, Turismo, Comunicação Aplicada, Meio Ambiente e Recursos Naturais, Tecnologia da Informação - não são profissionalizantes e, segundo propõe, deve reforçar a base cognitiva dos estudantes, beneficiando, inclusive, a perspectiva para atuação no mercado de trabalho. No entanto, quem deverá ministrar essas aulas são os professores das disciplinas tradicionais, sendo que caberá a cada escola notar qual o perfil de cada profissional e enquadrá-lo nas disciplinas.
Para a implantação dessas disciplinas, será necessário criar um sexto horário na grade curricular convencional, o que, de certa forma, representa um problema para as escolas, pois, assim, muitos alunos perdem o emprego, pois devem se apresentar no trabalho às 13 horas, geralmente. Assim, precisam de uma vaga no noturno, mas isso não é possível, porque muitos não tem carteira profissional assinada. O sexto horário atinge também aqueles jovens que dependem do transporte público para estudar. Estes não são obrigados a permanecerem na escola depois do quinto horário.
Departamento de Comunicação