O coordenador de área do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marshal de Almeida da Solva Marangoni, falou aos vereadores na quarta-feira (21/9), em Plenário, que o recenseamento em Uberaba está muito atrasado e elencou os problemas enfrentados. Além de pouco pessoal, já que a expectativa era de mil recenseadores e pouco mais de 200 estão nas ruas. A população também está receosa de permitir a pesquisa em casa. “O medo, decorrente da violência e o baixo interesse da população em participar são algumas das dificuldades. Existem condomínios que também não permitem a entrada do pessoal do IBGE”, ressaltou, lembrando que muitas “fake news” também circulam falando que dados podem ser expostos e isso não é verdade. “O IBGE mantém toda informação em alto sigilo e elas são utilizadas apenas para fins de pesquisa”, afirmou.
Em Uberaba, as pesquisas abrangem 891 setores, sendo 67 rurais. Outro entrave para o trabalho, uma vez que os recenseadores relutam em ir às áreas rurais devido ao problema de transporte, de acordo com o representante do IBGE. A vereadora Rochelle Gutierrez colocou-se ao dispor para divulgar o trabalho do IBGE e conclamou os vereadores a fazerem vídeos explicando a importância de receber o recenseador em casa. “Esse trabalho é base para dados que norteiam o Fundo de Participação dos Municípios e isso significa que nossa cidade pode perder recursos em decorrência de qualquer falha na apuração desses dados”, explicou. O vereador Baltazar da Rocha lembrou que é do setor de Zoonoses e que também enfrenta dificuldade para acesso às residências na cidade, mesmo para combate ao mosquito da dengue.
Ao final, o coordenador de área do IBGE afirmou que necessita do apoio dos vereadores em diversos quesitos, tais como isenção de passagem no transporte coletivo para os recenseadores, mais segurança com a presença da polícia militar ou guarda municipal em locais de maior perigo, entre outras reivindicações. Marshal destacou que os recenseadores sempre estão com o colete e boné do IBGE, identificados com crachá e munidos de tablet que utilizam para o trabalho. “A população pode receber a visita em qualquer horário, até em finais de semana e feriados e por isso o receio por não ser horário comercial. Mas precisamos concluir esse trabalho para garantir também mais benefícios para o próprio cidadão”, arrematou.
Jorn. Renata Thomazini
Dep. Comunicação CMU
22/9/2022