Kaká propõe criar semana para incentivar doação de medula
Encontrar um doador de medula óssea compatível é muito raro. Pensando em conscientizar a população sobre a importância de ser um doador, o vereador Edcarlo dos Santos Carneiro - Kaká Se Liga (PSL) elaborou um Projeto de Lei para instituir em Uberaba a Semana Municipal de Incentivo à Doação de Medula Óssea, que será comemorada anualmente na última semana do mês de setembro.
O Projeto prevê que as ações, atividades e campanhas publicitárias poderão envolver a parceria de órgãos públicos e entidades privadas, a fim de informar e orientar sobre os procedimentos para o cadastro de doadores e a importância da doação de medula óssea para salvar vidas.
O vereador destacou que o transplante é a única esperança de cura para milhares de pessoas no mundo, que sofrem de doenças no sangue. A medula óssea é um tecido líquido que fica no interior dos ossos e produz todos os componentes do sangue, as hemoglobinas, os linfócitos e as plaquetas. Algumas doenças que afetam o sangue têm sua origem na medula óssea, o que torna o transplante necessário em muitos casos.
Apesar de ser um processo simples, a doação só pode ser realizada se a medula do doador e do receptor for compatível e a chance disso acontecer é, em média, uma em cem mil, ou seja, os pacientes que necessitam receber o transplante frequentemente enfrentam sérias dificuldades para encontrar um doador.
Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde pode doar medula óssea. O material é retirado do interior de ossos da bacia (menos de 10% do total), por meio de punções, sob anestesia, e se recompõe em apenas 15 dias. Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5 a 10ml para testes, através do exame HLA (Antígenos Leucocitários Humanos) que irá determinar as características genéticas necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente. O tipo de HLA será cadastrado no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), vinculado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante. Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.
De acordo com o Inca, o número de doadores voluntários tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, existiam apenas 12 mil inscritos. Naquele ano, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram brasileiros cadastrados no Redome. Em maio de 2013 havia 3,112 milhões de doadores inscritos e o percentual subiu para 70%.
O Brasil tornou-se o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás apenas dos Registros dos Estados Unidos (quase 7 milhões de doadores) e da Alemanha (quase 5 milhões de doadores). Atualmente existem 70 centros para transplantes de medula óssea e 26 para transplantes com doadores não-aparentados.
Segundo o vereador Kaká, o procedimento de doação é apenas um incômodo passageiro, mas para quem recebe o transplante pode significar a diferença entre a vida e a morte. "Doar medula é um ato de solidariedade e de amor ao próximo", finalizou Kaká.
O PL será votado na Câmara e, caso seja aprovado, encaminhado para o prefeito sancionar.