Equipes das polícias Militar e Civil foram homenageadas na manhã desta quinta-feira (22) pela Câmara Municipal de Uberaba. Os policiais estiveram envolvidos na operação que resultou nas prisões dos integrantes da quadrilha que foi responsável pelos arrombamentos a duas agências bancárias, no dia 27 de junho deste ano.
A entrega dos certificados da Moção de Aplausos aconteceu no Plenário do Legislativo, durante a última reunião ordinária do mês de agosto. Entre os homenageados, estavam o coronel Lupércio Peres Dalva, comandante da 5ª Região da Polícia Militar, tenente-coronel Breno Souza Reis, comandante do 67º Batalhão da Polícia Militar, Francisco Eduardo Gouveia Motta, delegado-chefe do 5º Departamento da Polícia Civil de Uberaba, Rodolfo Rosa Domingos, delegado regional da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Uberaba, e Gustavo Abrahão Anai, delegado de Polícia Civil.
Os policiais que participaram da cerimônia são parte dos envolvidos na operação. Segundo o presidente da CMU, Ismar “Marão” (PSD), posteriormente os certificados da Moção de Aplausos serão encaminhados, nominalmente, aos demais policiais militares e civis, incluindo delegados, investigadores, escrivães e peritos, que também participaram das prisões e investigações.
O coronel Lupércio agradeceu pela homenagem e parabenizou todos os policiais envolvidos na ação, aos quais chamou de “verdadeiros heróis”. Ele relembrou o confronto, do qual participou pessoalmente, inclusive da troca de tiros com os bandidos na área rural do Município. Segundo o comandante, ninguém faz nada sozinho, pois é o trabalho conjunto que os fortalece.
O delegado-chefe do 5º Departamento da Polícia Civil, Francisco Gouveia, disse que o reconhecimento do trabalho é sempre gratificante, pois nem sempre isto acontece. Assim como o comandante da PM, ele também ressaltou o sucesso da ação, pois conseguiram concretizar as prisões, sem que nenhuma dos reféns fosse ferido.
O presidente “Marão”, que é policial civil, se pronunciou em nome do Legislativo. De acordo com ele, infelizmente a população não entende o que é um fuzil ou uma metralhadora .50, e o quanto estas armas colocam em risco as vidas dos policiais. Ele destacou o empenho dos envolvidos, inclusive contando que naquele dia, alguns policiais militares, sem saber se o quartel estava cercado pela quadrilha, pularam o muro para conseguir acessar a área.
O vereador lembrou, ainda, que os policiais não estão recebendo seus salários e direitos corretamente por parte do Estado, mas mesmo assim, quando é preciso e são acionados, a primeira coisa que pensam é em sair para o enfrentamento.
Segundo “Marão”, é muito importante a oportunidade de fazer uma homenagem como esta. “Eu gostaria que acontecesse mesmo nas ocorrências corriqueiras, mas isto não é possível. Tenho a certeza de que em todas as oportunidades que tiver, a Câmara vai homenagear as polícias, com certeza”, afirmou.
Ainda de acordo com o presidente, as polícias precisam de salários dignos e equipamentos operacionais adequados. “E quando os governos entenderem isto, com certeza será a melhor polícia do Brasil”, concluiu “Marão”.
O ataque - Na madruga do dia 27 de junho, vários homens fortemente armados sitiaram a região central da cidade, utilizando armamento pesado, como fuzil, metralhadoras, pistolas e até mesmo uma metralhadora calibre .50, que pode derrubar até mesmo aeronaves.
Os bandidos cercaram a avenida Leopoldino de Oliveira por volta das 4 horas da madrugada. A estimativa da polícia é de que pelo menos 25 homens participaram da ação, cujos alvos eram as agências do Banco do Brasil e do Banco Itaú.
Disparos foram realizados contra prédios comerciais, residenciais e públicos. Explosões também foram registradas em bairros distantes da região central, como forma de distrair a atenção da polícia.
Após explodirem os caixas da agência do BB, os bandidos fugiram para a zona rural, onde fizeram várias pessoas reféns, incluindo homens, mulheres, adolescentes e até mesmo uma criança de apenas dois anos. Durante cerca de duas horas a polícia negociou com os integrantes da quadrilha, sendo que dez deles se entregaram e os reféns foram liberados.
Mesmo após as prisões, durante várias horas a população sentiu os reflexos do ataque, com suspensão do serviço de transporte coletivo, das aulas e até mesmo danos provocados no fornecimento de energia elétrica.
Durante a ação da quadrilha uma jovem de 21 anos, Thais Teixeira de Oliveira, foi atingida por um tiro na cabeça. Ela se encontrava dentro de um carro de aplicativo, nas proximidades de um posto de gasolina situado na avenida Doutor Fidélis Reis, voltando de uma festa com amigas, e foi a única atingida. Thaís permaneceu internada em estado gravíssimo e faleceu no hospital no dia 3 de julho.
Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
22/08/2019