O primeiro secretário da Mesa Diretora, vereador João Gilberto Ripposati (PSDB) visitou, na manhã de hoje, o Centro de Controle de Zoonoses para conhecer de perto as ações do município no combate à dengue, face às estatísticas do Levantamento de Infestação Rápida para o Aedes aegypti (Lira), que apontou um índice de infestação de 2,3% em Uberaba, considerado de alto risco. O Lira édivulgado três vezes por ano, nos meses de janeiro, março e outubro.
Além do alto risco para a doença, Ripposati demonstrou preocupação também para a possibilidade do município enfrentar nova epidemia de dengue, uma vez que há informações que o soro tipo 4 já circula na região.
O biólogo do Centro de Controle de Zoonoses, Luiz Gustavo Pinheiro Rodrigues, apresentou ao parlamentar os números do Programa de Combate à Dengue, criado pela UFMG e colocado em prática no município há oito meses pela empresa Ecovec. Trata-se de um monitoramento feito em tempo real, com atualizações constantes a partir da ação dos agentes sanitários. Ripposati lamenta que a Secretaria de Estado da Saúde e o Ministério da Saúde não reconheçam, dentre as suas normas e estratégias de monitoramento, esse importante programa que pode se somar ao Lira. O vereador considera o programa de grande importância porque apresenta resultados em tempo real. Ele, inclusive, é autor do requerimento que solicitou ao Executivo a implantação desse programa no município.
Atualmente, 152 agentes de campo vistoriam os imóveis e outros 12 são responsáveis pela vistoria das 869 armadilhas instaladas para capturar a fêmea do mosquito Aedes aegypti. Os números apresentados ao vereador pela Zoonoses demonstraram que 16 áreas do município estão sem monitoramento, o que equivale a 800 imóveis sem cobertura. O fato ocorre não só por falta de profissionais, mas também porque há imóveis fechados e outros cujos proprietários não permitem a entrada do agente (cerca de 50).
Segundo o diretor do Centro de Controle de Zoonoses, Antônio Carlos Barbosa, o secretário de Saúde, Fahim Sawan, garantiu remanejar um profissional da área de Vigilância Sanitária para auxiliar os agentes de campo no trabalho de vistoria e notificação. Barbosa afirma que o município tem conseguido reduzir a infestação do mosquito Aedes aegypti, lembrando que em janeiro de 2013 o índice era de 5,3%, em março de 3,7%, e em outubro de 0,7%, o menor índice da doença dos últimos seis anos em Uberaba. Segundo o diretor da Zoonoses, o uso de bombas costais e do equipamento aero system adquirido pelo município contribuem para a redução dos focos do mosquito, já que permitem pulverizar inseticida nos quintais e dentro das residências. A ferramenta é mais adequada porque garante o retorno da família ao imóvel após 15 minutos da aplicação e não deixa cheiro, diz ele.
Após ouvir as explicações técnicas, o vereador Ripposati reapresentou ao Executivo requerimento pedindo a reposição do quadro mínimo de 175 agentes para cobertura total dos bairros. A mesma solicitação foi registrada em fevereiro do ano passado. O parlamentar reconhece a oscilação no quadro de servidores contratados que não têm interesse em continuar no trabalho (cerca de 80% dos contratados são mulheres) e defende estímulos de valorização dos agentes para que permaneçam na atividade. Entre as melhorias propostas estão implantação de prêmio de produtividade, treinamento dos agentes pelo menos uma vez ao ano, e fornecimento de protetor solar.
Para Ripposati, o governo precisa intensificar o trabalho de prevenção para evitar uma situação de calamidade pública, uma vez que todas as pessoas que contraíram dengue dos tipos 1 e 3 estão susceptíveis aos outros tipos da doença, além de dengue hemorrágica que pode evoluir para morte do paciente, afirma Ripposati. Ele defende que o município se prepare para investir na aquisição de equipamentos próprios (fumacê), uma vez que a demanda do Estado é grande. Também insiste em campanhas de conscientização da população para que ela faça a sua parte.