Ripposati constata que problema do lixão não foi resolvido
Oito dias após visitar pela primeira vez o local, o vereador João Gilberto Ripposati retornou ao ecoponto situado na pedreira da Léa, onde existe um enorme buraco proveniente da extração de pedras. Uma parceria entre o poder público e o proprietário da área pretende aterrar a área com entulhos, mas logo após o início do projeto os problemas começaram.
Além de entulhos, materiais e embalagens tóxicas também estão sendo jogados no local. A área tem 2,8 hectares, o equivalente a 3,5 campos de futebol. O engenheiro agrônomo e mestre em Recursos Hídricos da Epamig/Embrapa, Renato Jácomo Manzan, que também esteve no local anteriormente, elaborou um relatório já encaminhado para a prefeitura. Ele constou no documento a conclusão de que o entulho de construção é benéfico para o local, pois entupiria toda a cratera e posteriormente a vegetação seria recomposta. “O que não é admissível são produtos tóxicos, como bateria e pilhas, que contém metais pesados, sem falar que o lençol do ribeirão Lajeado, que é afluente do rio Uberaba, a montante da captação do Codau, fica situado a cerca de 60 metros deste local”, afirmou o engenheiro.
Sobre o tipo de lixo jogado nas caçambas, Manzan disse que deveria ser permitidos apenas restos de construção não-poluentes, mas esclarece que o papel e a madeira não tem problema, enquanto o plástico deveria ser evitado. Para o representante da Epamig/Embrapa, é preciso também que a população se conscientize, e que os materiais considerados tóxicos sejam encaminhados para locais adequados.
Tanto Manzan quanto Ripposati chegaram a conclusão de que, aparentemente, reduziu a quantidade de lixo jogado no local, enquanto o entulho aumentou. O vereador afirmou que continua propondo a suspensão do lixão, para que o local seja devidamente monitorado. O parlamentar manteve contato com o promotor do Meio ambiente, de quem ouviu que a situação estaria resolvida até o dia 1º deste mês, o que não aconteceu.
“Não podemos aceitar, em defesa da coletividade e do meio ambiente”, disse ele, lembrando da proximidade do afluente do rio Uberaba. “Pretendo acompanhar, até que a situação seja resolvida”, acrescentou o vereador. Ripposati teve a atenção despertada para a quantidade de caminhões descarregando no local, mais de 20 em menos de uma hora. Segundo ele, isto mostra que é preciso fazer um processo de conscientização, de como utilizar as caçambas corretamente, pois junto com elas são levados vários tipos de lixo.
O vereador também afirmou acreditar no trabalho dos profissionais das secretarias de Meio Ambiente e de Planejamento, assim como no Conselho de Planejamento e Gestão Urbana, que até hoje não foi constituído. Pensando nisto, ele já protocolou documento para que o prefeito faça a composição do Conselho, “que deve ser formado por pessoas da sociedade, representantes com qualificação para ajudar a discutir e fazer com que Uberaba seja exemplo, pois este problema acontece também em outros municípios, por todo o Brasil”, esclareceu.
Ainda de acordo com Ripposati, ele tem recebido inúmeros e-mails, de pessoas se manifestando e cobrando, sabendo que ele é um defensor do meio ambiente. “Eu espero que o município faça sua parte, para que amanhã a promotoria não venha instaurar um processo contra o mesmo. Eu falei com o prefeito Anderson Adauto, que se mostrou disposto a resolver o problema o mais rápido possível”, disse, acrescentando que espera voltar ao local em breve, e encontrar a situação definitivamente resolvida.