O vereador Ripposati Filho solicitou oficialmente ao presidente do IBAMA, Rodrigo Agostinho, a reavaliação dos impactos sobre o patrimônio paleontológico de Uberaba relacionados à futura Linha de Transmissão 500 kV Silvânia – Nova Ponte 3 – Ribeirão Preto. O pedido foi formalizado por meio do Requerimento 2155/2025, aprovado nesta segunda-feira (30/6) no plenário da Câmara.
A preocupação surgiu após audiência pública realizada no dia 11 de junho, onde os impactos sobre áreas fossilíferas foram classificados como “baixos, permanentes, irreversíveis e de média relevância”. Para Ripposati, essa avaliação exige revisão urgente. “Não se trata apenas de um traçado técnico, mas de proteger um acervo científico único no mundo”, alerta.
As linhas de transmissão são estruturas de grande porte compostas por torres e cabos, cuja finalidade é transportar a eletricidade gerada pelas usinas (hidrelétricas, termelétricas, parques eólicos, entre outras fontes) até as subestações e distribuidores. Esse empreendimento em especial terá 532 km de extensão, passando por 23 municípios nos estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
Durante a audiência o geólogo Luiz Carlos Borges Ribeiro (UFTM) alertou que em Uberaba, que foi reconhecida em 2024 como Geoparque Mundial pela Unesco, o cuidado é ainda maior pois os fósseis encontrados na região revelam vestígios dos maiores dinossauros da América do Sul, com importância científica e educativa inestimável.
A solicitação de revisão já havia sido enviada pelo gabinete do vereador via Ofício nº 039/2025, com apoio da Associação Geoparque Uberaba e do próprio professor Luiz Carlos, que também defendem medidas mais eficazes de proteção paleontológica no processo de licenciamento.
O empreendimento é de responsabilidade da TECP Transmissora de Energia Central Paulistana, pertencente à holding Alupar, com consultoria da Ambientare. O processo está em fase inicial de planejamento junto ao Ibama, que conduz o licenciamento ambiental.
O vereador considera ser fundamental acompanhar de perto cada etapa, “garantindo que o desenvolvimento não signifique a perda irreversível de algo que nenhuma geração futura poderá recuperar”, concluiu.
Jornalista Maria Cândida Sampaio
Assessoria do vereador Ripposati Filho
01/07/2025