Secretário de Saúde vai à Câmara e alerta para aumento de casos

11/02/2021 08:23

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A cidade contava, até a última quarta-feira (10), com um leito para quase 30 mil pessoas, atendendo a uma população de 700 mil habitantes

 

O secretário Municipal de Saúde, Sétimo Boscolo, fez um alerta sobre a quantidade de leitos disponíveis na cidade, para atender a uma população de 700 mil pessoas. Ele esteve no Plenário da Câmara Municipal, atendendo a um convite dos vereadores, assim como a secretária adjunta de Saúde, Fabiana Prado dos Santos Nogueira, e Michele Maldonado, integrante do Comitê Técnico-Científico de Enfrentamento à Covid. O objetivo era falar sobre as medidas sanitárias preventivas adotadas pelo Poder Público para conter o avanço do coronavírus em Uberaba.

O titular da Saúde lembrou que Uberaba atende vários municípios da região. Atualmente a situação ainda está tranquila, mas com o aumento crescente do número de casos, causa preocupação. De acordo com o secretário, o Hospital Regional conta com 40 leitos disponíveis, além de 24 no Hospital São Domingos, oito no Mário Palmério, além de cinco no Hospital de Clínicas Porém, dos 77 leitos, 29 estão ocupados no atendimento público e 24 no privado.

Ou seja, a cidade conta com 24 leitos disponíveis na data atual, um para quase 30 mil pessoas. “A população precisa entender que é preciso medidas mais duras para reduzir o número de casos”, afirmou Boscolo. Porém, ele esclareceu que existe a possibilidade de ampliação imediata de novos leitos no próprio HR, além da ativação do antigo Hospital São José, como última opção.

Michele Maldonado apresentou o último relatório do Observatório Covid-19 Uberaba, desenvolvido por pesquisadores da UFTM. Até a data da última quarta-feira (10), eram 13.591 casos confirmados na cidade.

O maior número de casos da pandemia foi registrado no mês de setembro do ano passado, com 2.540 notificações, caiu para 839 em dezembro, 2.511 em janeiro e 1.136 em fevereiro, com um aumento de 35% com relação ao último mês de 2020. O início de 2021 está sendo marcado por recordes do total de casos registrados por dia.

Atualmente são aproximadamente 1.200 casos ativos, sendo que a variação de média móvel do número de óbitos diários está em 10%. São 303 óbitos, com aumento de 125% com relação a dezembro, números que estão refletindo na quantidade de internações, pois nos últimos dias a Ocupação de Leitos de UTI dedicados à Covid-19 está acima dos 50%.

O documento mostra uma média de ocupação de leitos de UTI dedicados à Covid-19 no mês, aumento de 87,5% em janeiro em relação a dezembro e aumento de 181% em fevereiro em relação a dezembro. A Taxa de Transmissibilidade (Rt) está alta, em 1,27, ou seja, cada cem pessoas transmitem para outras 127 pessoas.

Michele destacou que muitos estão mostrando baixa motivação ou energia para cumprir as diretrizes de segurança, sendo que ao fazerem isso, alteram as regras e interrompem os comportamentos de segurança. A consequência é o aumento do número de casos, aumento da porcentagem de ocupação dos leitos e aumento do número de óbitos.

Segundo ela, medidas mais restritivas são necessárias para conter o avanço e os desdobramentos da Covid-19. “Mas com ações coordenadas e a colaboração de todos, podemos fazer com que estas medidas não se tornem vitalícias”, afirmou.

A especialista ainda reforçou que todos os indicadores estão com tendência de alta, com projeção de um cenário ainda pior mais à frente, caso não seja feito nada agora. Ela também alertou que é esperado um pico para o início da segunda quinzena de março.

O secretário comentou que não existe penalização maior para ninguém do que a morte. “As projeções são matemáticos, são números frios, que ajudam muito, mas aliados ao conhecimento da medicina, para decidir o que for melhor para a sociedade”, reforçou.

Quanto às vacinas, até a última quarta-feira já haviam sido aplicadas 8.127 doses, sendo 6.546 da 1ª dose e 1.581 da 2ª dose. Também foi divulgada a lista com as doses aplicadas por instituições, assim como as devidas fases do plano de vacinação.

De acordo com o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, trabalhadores dos serviços de saúde são todos aqueles que atuam em espaços e estabelecimentos de assistência e vigilância à saúde, sejam eles hospitais, clínicas, ambulatórios, laboratórios e outros locais.

Desta maneira, compreende tanto os profissionais da saúde – como médicos, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, biólogos, biomédicos, farmacêuticos, odontologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, serviços socais, profissionais de educação física, médicos veterinários e seus respectivos técnicos e auxiliares – quanto os trabalhadores de apoio, como recepcionistas, seguranças, pessoal da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambulâncias e outros, ou seja, aqueles que trabalham nos serviços de saúde, mas que não estão prestando serviços direto de assistência à saúde das pessoas.

Inclui-se, ainda, aqueles profissionais que atuam em cuidados domiciliares como os cuidadores de idosos e doulas/parteiras, bem como funcionários do sistema funerário que tenham contato com cadáveres potencialmente contaminados.

Existe a perspectiva de realizar um cadastramento online, através de uma parceria entre a SMS e a Codiub, com detalhamento das prioridades dentro das etapas, para dar maior clareza à população.

Prioridades e Decreto - Os vereadores fizeram inúmeros questionamentos ao secretário, especialmente sobre as prioridades de vacinação, assim como sobre determinações do último Decreto publicado pela Prefeitura. Sobre a vacina, questionaram a aplicação em servidores da área de segurança pública, como a Guarda Municipal e a Polícia Militar, por exemplo. Porém o secretário lembrou que nem os que atuam na área da saúde ainda foram todos vacinados.

Ainda sobre prioridades, o titular da Saúde disse que a quantidade de vacinas é ínfima, e é preciso colocar prioridades dentro das prioridades, destacando que a cidade está à frente do Estado, mas que é preciso acelerar ainda mais.

“É preciso ser um equilíbrio entre economia e saúde, alguns setores vão ficar mais prejudicados que outros”, afirmou Boscolo. Alguns vereadores da bancada evangélica aproveitaram para contestar a proibição de cultos aos finais de semana e receberam a resposta de que a medida poderá ser revista.

Sobre a fiscalização, o secretário afirmou que o atual sistema de vigilância é precário, com efetivo disponível, mesmo com o auxílio da PM. “Para uma cidade de 350 mil pessoas, precisamos do auxílio e do apoio da população”, acrescentou.

“Eu entendo que não estamos na segunda onda, uma vez que a primeira nem acabou, o que ocorre é a intensificação da contaminação. Se houver comprometimento da sociedade durante os próximos 15 dias, o índice vai cair e as medidas poderão ser flexibilizadas”, alertou o médico.

Questionado sobre os ônibus de transporte coletivo, Boscolo disse ter conhecimento de que a prefeita Elisa Araújo está procurando formas de reduzir as aglomerações, em constante negociação com as empresas.

O presidente do Sindicato dos Proprietários de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Uberaba (Sinhores), Fred Masson, esteve na reunião e também se manifestou, demonstrando o descontamento da categoria com as medidas adotadas pelo Executivo. Ele sugeriu que estes estabelecimentos funcionem de quinta a domingo.

O secretário deixou claro, ainda, que se as medidas que estão sendo tomadas não tiverem o efeito desejado, não está descartada a possibilidade de um lockdown na cidade, apesar de que todos estão trabalhando para que isso não seja necessário.

Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
11/02/2021

 

 

 

 

 

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