Comerciantes dizem não a Calçadão em Audiência Pública
Dos 18 comerciantes que participaram da Audiência Pública realizada na última quinta-feira (dia 18), apenas um se mostrou favorável a ampliação do Calçadão da rua Artur Machado. A principal preocupação de todos são os estacionamentos. O vereador Cléber Cabeludo (PMDB) foi o autor do Requerimento, contando com a co-autoria do vereador João Gilberto Ripposati (PSDB). O objetivo da reunião era discutir o projeto de manutenção e melhorias do Calçadão, levantando propostas e sugestões. Entre os participantes estava o vereador Samuel Pereira, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Fúlvio Ferreira, o representante da Secretaria Municipal de Planejamento, engenheiro Realino Augusto de Oliveira, o diretor da Associação Comercial e Industrial de Uberaba (Aciu), José Carlos de Melo, e as arquitetas da prefeitura, Juliana Melo e Adriana Misson.
Todos os comerciantes foram unânimes em criticar as péssimas condições do Calçadão existente entre a praça Rui Barbosa e a avenida Leopoldino de Oliveira. Motivo de vergonha para a cidade, segundo alguns.
Para o vereador Cléber, é preciso chamar os comerciantes a responsabilidade, com relação ao prolongamento do Calçadão, lembrando que é preciso também discutir a questão dos estacionamentos. Ripposati disse que tem acompanhado as discussões e inclusive pesquisou leis antigas, descobrindo que está no Plano Diretor que qualquer mudança da rua Artur Machado deve passar pela avaliação dos comerciantes.
Samuel Pereira garantiu ser parceiro dos comerciantes e pretende apoiar o que for decidido. Ele disse ter solicitado ao prefeito a desapropriação de terrenos baldios na região central, para serem transformados em estacionamentos comunitários. O vereador também afirmou estar preocupado sobre como vai estar o trânsito da cidade daqui a 30 anos.
Já o presidente da CDL, Fúlvio Ferreira, lembrou que não tem como fazer mudanças, melhorias, sem sacrifícios. Ele aproveitou para fazer um alerta, pois a partir de 2 de janeiro de 2001 não vai mais existir Área Azul, o que será um complicador a mais, com o fim do estacionamento rotativo.
De acordo com o diretor da Aciu, José Carlos, a entidade apoia o que for melhor para todos. Ele também fez questão de lembrar que em breve não será mais permitido estacionar ao longo de toda a extensão da avenida Leopoldino de Oliveira, por causa da implantação do corredor de ônibus.
Sobre o Calçadão, os comerciantes fizeram vários questionamentos, como a existência de prédios residenciais com estacionamentos no quinto quarteirão, se já existe dinheiro previsto para as obras no orçamento, a falta de um prazo determinado para a realização do serviço, e quando serão criados os chamados “bolsões” de estacionamentos. Além disso, os proprietários de lojas querem saber se a provável ampliação do Calçadão seria viável financeiramente. Eles demonstraram ser favoráveis a realização de um teste, mas apenas após a implantação de outras etapas do projeto, que consiste na criação dos “bolsões”, revitalização da rua e padronização das fachadas e marquises.
Os comerciantes também aproveitaram para solicitar o estacionamento nos dois lados da rua Artur Machado durante o período de festas de final de ano. Segundo eles, em anos anteriores a mudança representou um aumento de 20 a 30% nos lucros. O vereador Cléber se comprometeu a repassar a reivindicação ao prefeito.
Com relação ao tema central da reunião, o Calçadão, Cléber avaliou ter ficado bastante clara a resistência dos comerciantes para a mudança, apesar de a maioria dos interessados não ter participado da Audiência. Mesmo assim ele acredita que a discussão foi proveitosa e vai ajudar a definir o que será realizado de agora em diante, de acordo com o projeto desenvolvido pela equipe do arquiteto curitibano Jaime Lerner.