Atendendo requerimento da presidente da Comissão de Educação da CMU vereadora Lu Fachinelli, a CMU realizou na tarde desta sexta-feira (10) audiência pública municipal para tratar do Projeto Mãos Dadas que prevê a municipalização de quatro escolas estaduais que poderão se tornar escolas municipais. A audiência contou com a participação dos deputados estaduais Heli Grilo e Beatriz Cerqueira, além de dezenas de professores, representantes de sindicatos, do Conselho Municipal de Educação, coletivos de educadores e pais de alunos que se manifestaram contrários a iniciativa, além dos Vereadores Luizinho Kanecão, Celso Neto e Samuel Pereira que compõem a comissão de educação e das vereadoras Rochelle Bazaga e Denise Max.
Segundo a vereadora Lu Fachinelli, que também é educadora, a audiência pública foi a oportunidade de a comunidade Uberabense conhecer o projeto e se manifestar de forma democrática na construção do sistema municipal de educação nos próximos 4 anos e ficou muito clara a rejeição a iniciativa. “O estado quer se ver livre dos prédios das escolas sem se preocupar com quem está lá dentro a anos, há décadas que são as pessoas e os alunos, alegando que existem salas vazias e vagas ociosas. Mas o estado de Minas Gerais deveria se preocupar é com a qualidade de trabalho dos professores e trabalhadores da educação bem como dos seus alunos assistidos. É fato cientifico que o menor número de alunos por sala de aula aumenta a aprendizagem e melhora as condições de trabalho dos professores e nesse sentido a maioria dos participantes não concordam com essa proposta. Some se a isso inúmeras outras situações que precarizam a educação.
Para o vereador Celso Neto, o projeto traz mais dúvidas que certezas e a CMU ao realizar a audiência, ratifica seu compromisso em defesa da educação no município. Lembrou que a comissão já se reuniu com a Secretaria de Estado da Educação e as dúvidas persistem.
Já a educadora e Presidente do SIND _UTE/Uberaba Maria Helena Gabriel parabenizou a vereadora Lu Fachinelli pela iniciativa e lembrou que a grande maioria dos educadores em todo estado são contratados e esse contrato não será absorvido pelo município automaticamente, contribuindo para aumento do desemprego na cidade. Ela também citou o exemplo de Sacramento onde
ocorreu a municipalização e o resultado foi desastroso com educadores querendo transferência para Uberaba.
O deputado estadual Heli Grilo também se manifestou contrário a municipalização pois não viu até agora nenhuma melhoria seja para o estado, seja para o município: “É melhor deixar do jeito que estar se não for pra melhorar”. Sua colega da ALEMG e também professora Beatriz Cerqueira disse que o projeto sequer tem lei própria até aqui e deverá sofrer inúmeras mudanças na sua tramitação: “O Governo está querendo reinventar a roda e estimulando alguns municípios a fazer a aprovação antes de ser aprovado na ALEMG.”
Por fim vários professores se manifestaram contrários a iniciativa e disseram que o a ideia do governo de Minas é empurrar goela abaixo a municipalização, sem se preocupar com educadores alunos e trabalhadores da educação.
As escolas que poderiam ser municipalizadas são E E Fidelis Reis. E E Dom Eduardo, Grupo Brasil e Miguel Laterza.
Asscom Lu Fachinelli