Para comprovar a má qualidade dos alimentos oferecidos pela Nutriplus aos alunos da rede municipal de ensino, o vereador Marcos Jammal, juntamente com o vereador Paulo César Soares (China), prepararam uma refeição com os produtos. A comida foi oferecida aos representantes da empresa Nutriplus, que estiveram presentes nesta quinta-feira (18) na sessão plenária da Câmara Municipal de Uberaba.
O vereador China, o primeiro a denunciar a má qualidade de alimentos, como o feijão “rachadinha” e o arroz “quirerado”, assegurou que seu papel é defender o mais carente, que está recebendo estes alimentos, “que nem porco come”. Ele também defendeu o rompimento do contrato do município com a empresa. “Se eu fosse prefeito hoje, eu não manteria o contrato com a Nutriplus.
Marcos Jammal lamentou toda situação, a qual considera grave, visto que muitas crianças dependem unicamente destes produtos para se alimentarem. “A insegurança alimentar é preocupante e atinge muitas famílias e, este kit de alimentos é deveria ser alento para muitos, que passam fome, mas o que vemos são produtos de má qualidade. Um desrespeito com essas pessoas”, afirmou
Ele destacou não são poucos os problemas que estão sendo denunciados envolvendo a Nutriplus como, por exemplo, merenda insuficiente, imprópria para consumo e até produtos com prazo de validade vencido. “O mínimo que os representantes da empresa precisam fazer, é um pedido desculpas”. Além disso, ele criticou a falta de fiscalização do Município, que permitiu que estes produtos de má qualidade, chegassem aos alunos. Inclusive, Marcos Jammal apresentou requerimento solicitando um procedimento administrativo pela Controladoria Geral do Município contra a empresa Nutriplus.
O vereador também explicou que o preparo da refeição com os produtos para levar à sessão legislativa, foi a única forma de chamar a atenção da empresa e da administração municipal, quanto a seriedade do problema. “Esta foi uma forma de chamarmos a atenção de uma grave situação, que precisa ser solucionada, com penalidades aplicadas à empresa responsável, que possui inúmeras denúncias, em todo país”, colocou
Marcos Jammal reforçou que a insegurança alimentar é um problema nacional, mas, que a obrigação do Poder Público oferecer alimentos de qualidade e, não dá forma que está sendo realizada pela Prefeitura.
A secretária de Educação, Sidneia Zafalon, garantiu que a má qualidade dos alimentos contidos nos kits “não é culpa do município”. Ela confirmou que todas as irregularidades geraram notificações à Nutriplus e até o Judiciário foi acionado. “Infelizmente a empresa deixou muito a desejar”, disse.
Por outro lado, a titular da Semed reconheceu que não houve fiscalização dos kits, adquiridos pelo preço de R$ 39,90. Ela também revelou que desde agosto, a empresa não recebe “um centavo” da Prefeitura, por ter trocado o CNPJ. “E o contrato tem alguns particulares quando isso ocorre” disse.
Sidneia Zafalon informou que não é possível, neste momento, romper o contato com a empresa, que vai até o dia 28 de fevereiro de 2022. Ao encerrar sua participação, ela afirmou que “enquanto secretária, está envergonhada”.
O advogado Geraldo, constituído para representar a Nutriplus somente para a sessão, assegurou que a empresa reconhece as falhas e assumiu o compromisso de, até o fim do contrato, tentar solucioná-las.
Jorn. Daniela Brito
Assessoria do vereador Marcos Jammal
19/11/2021