Audiência pública do Bosque do Jacarandá tem avaliação positiva

13/06/2011 00:00

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Audiência pública do Bosque do Jacarandá tem avaliação positiva
 
Presidida pelo vereador João Gilberto Ripposati (PSDB), e secretariada pelo vereador Samuel Pereira (PR), a Audiência Pública realizada ontem a noite (09), no plenário da Câmara Municipal de Uberaba, contou com a participação de vários ambientalistas, do vereador José Severino Rosa (PT), formadores de opinião, representantes do Judiciário, Ministério Público, Instituto Estadual de Floresta (IEF), ex-secretários municipais de Meio Ambiente, dirigentes partidários, entre outros. O prefeito em exercício Paulo Mesquita, juntamente com a Secretária de Meio Ambiente, Renata Mesquita e técnicos da pasta, também participaram do evento. A proposta de Ripposati ao realizar o evento, tinha como foco a busca de soluções para a preservação e utilização sustentável do Bosque Jacarandá.
O vereador lembrou que o prefeito Anderson Adauto confirmou que não tem mais a intenção de vender o local e que, mediante ist, era necessário adequar a área para sua verdadeira finalidade que é a de um parque natural focado na preservação da flora, sendo um espaço sustentável e agradável para a comunidade. Além disso, o vereador lembrou da necessidade de buscar solução para os animais que hoje se encontram no local, considerado impróprio. Apoiando Ripposati, o vereador Samuel Pereira (PR) salientou que mesmo sendo vice-líder do governo, de forma alguma aceitaria a desafetação daquele espaço, visto que, no seu entendimento, o município precisa de mais área verde. Antes das participações, o artista Milo Sabino, representando o TEU, juntamente com o Cacá Perez, presidente do PV, e um dos idealizados do ato de “abraço ao bosque”, fizeram uma apresentação cultural, recitando o poema “Hospede da Terra”.
Manifestações – O prefeito Paulo Mesquita destacou que a preservação das áreas verdes é um desafio de qualquer administração pública e que quando o homem cuida da natureza, está cuidando de si próprio. Ele revelou que falou com o prefeito licenciado Anderson Adauto ontem, e o mesmo voltou a afirmar que não pretendia vender o Bosque e que esta colocação havia sido um ato falho, um erro. “Pelo contrário ele me garantiu que fará mais investimentos no setor no sentido de recuperar aquele local, dando também uma condição digna para os animais”, disse.
Fazendo uso da palavra a secretária Renata Mesquita, que assumiu a função na pasta há dez meses, destacou que tem obtido todo o apoio do prefeito para os projetos da pasta. Ela também elogiou os movimentos, como “Salve o Bosque” e o “Abraço no Bosque”. Renata destacou que a pasta está viabilizando projetos que atendem a reivindicação da comunidade, dos vereadores Ripposati e Samuel, bem como do Ministério Publico que tem acompanhado os esforços da Prefeitura para fazer as adequações necessárias.
Edno César Silveira, do IEF, lembrou que espaço como o do Bosque, serve de proteção natural para a comunidade, sendo utilizados com quebra-vento. Ele destacou que é importante preservar estes espaços, até porque, a legislação atual é rígida com estas questões. O Professor Renato Muniz, que tem um recanto natural, se posicionou contrário a existe de locais onde os animais ficam aprisionados. Para ele a concepção do zoológico é atrasada.
A Juíza Régia Ferreira de Lima, parabenizou a iniciativa e destacou ser fundamental a movimentação da comunidade em prol da natureza. Ela afirmou que o Meio Ambiente está “em nosso futuro e que é necessário protegê-lo agora”. Mesmo com a manifestação inicial de Mesquita, o presidente do PP, Ricardo Saud, ex-secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, e um dos idealizadores do movimento “Salve o Bosque”, lembrou que faltou falar que o movimento surgiu porque o prefeito Anderson Adauto queria vender o bosque. “Movimentamos, mobilizando o MP e entregou ao Ripposati hoje, mais de oito mil assinaturas recolhidas contra a venda do Bosque. Tem que se fazer ali uma parceria pública privada. Este deveria ser o primeiro posicionamento do prefeito. Ele é competente, mas sua colocação foi desastrosa nesta questão”, disse.
Mesquita ouviu atentamente e reafirmou o que disse anteriormente, destacando ainda que “todo mundo tem direito de erra, mas que o importante é voltar atrás, o que prefeito Anderson me garantiu é que não irá vender e sim construir outro bosque”.
Adriano Espíndola do PSTU, afirmou que é necessário rever não apenas a questão do bosque, mas também do plantio de cana, as condições de outras matas da cidade e a situação dos animais aprisionados. Se posicionamento novamente, Cacá Perez avaliou que o bosque foi apenas uma isca e que no seu entendimento, não deveria ser construído nenhum shopping no local. “Espero que o Anderson tenha realmente se arrependido. Na vida capitalista tudo tem um valor utilitário e o Brasil acabou pegando o que tem de pior no modelo capitalista, um exemplo é este Código Florestal, que é um retrocesso. O que aconteceu em nível federal está acontecendo em Uberaba, ou seja, um modelo de autoritarismo. A gente tem que garantir o que é público. Penso, inclusive, o que o zoológico poderia ser construído na Univerdecidade, em parcerias com as instituições de ensino superior do município”, afirmou.
O ex-secretário Ricardo Lima explicou aos participantes que a idéia de vender o local não seria viável, já que lá, em seu entendimento, é uma unidade de conservação e não tem regularização fundiária, ou seja, não há maneira de vender de modo algum.
Esclarecimentos – após ouvir a platéia e os técnicos envolvidos com Meio Ambiente, o promotor Carlos Valera, esclareceu diversas questões que foram levantadas referentes ao próprio bosque, a Pedreira de Lea, Supra e a construtora RMV. Segundo Valera a discussão em relação ao bosque, no que diz respeito à prefeitura e ao Ministério Público data de 2009, ou seja, não é uma novidade. Ele explicou que tem acompanhado os levantamentos e projetos para o espaço, sendo que apenas para o zoológico a prefeitura terá que investir mais de R$1,2 milhão, além do valor a ser gasto para adequar o bosque da maneira correta. Valera garantiu que o projeto está em andamento, inclusive com o apoio e acompanhamento do IBAMA. Ele revelou também que a semana passada celebrou um Termo de Ajustamento de Conduta com os vizinhos do bosque, que lançavam resíduos na mata e confirmou que o prefeito não poderia vender o espaço. Em relação a recursos para estas ações Valera lembrou que através do conselho existe a distribuição dos recursos do Fundo do Meio Ambiente, onde os projetos apresentados podem receber. Somente com a regulamentação dos loteamentos foram obtidos R$ 2 milhões que poderão ser utilizados para a criação de áreas para parques municipais, como o Parque do Paço que será criado nas proximidades do novo Fórum.
Em relação a pedreira, Valera revelou que fez contato com o empreendedor que comprou área na Filomena Cartafina, investindo R$2 milhões e que está aguardando apenas a licença ambiental para começar a operar. “Assim que acontecer a prefeitura imediatamente irá paralisar o aterro Lea e passar para a recuperação do local”, destacou.
Sobre a RMV, acusada de desmatar áreas verdes, o promotor explicou que existem já dois processos contra a mesma, sendo que no próximo dia 14, uma audiência acontecerá para resolver a questão, visto que os empresários já manifestarem que irão atender as solicitações do MP. Questionado sobre a situação precária em que se encontra a Supra, Valera lembrou que a prefeitura já doou uma área em local adequado e agora é preciso destinar recursos no orçamento municipal, bem como buscar uma mobilização social, para ajudar a entidade a construir sua nova sede.
Deliberações - Após várias discussões foram sugestões e reivindicações que serão encaminhadas aos órgãos competentes. Ripposati voltou a cobra a criação do Conselho de Planejamento e Gestão Urbana, que está no Plano Diretor, mas não existe. Marcelo Augusto de Oliveira, da Sociedade dos Médicos Veterinários, sugeriu a criação em Uberaba de um Centro Conservacionista de Animais Acidentados, na Univerdecidade, visto que para ele zoológico não é apenas para exposição, e sim para conservação, pesquisa e local para recuperação da fauna em risco. Nilda Valeriano, da Associação Amigos da Mata do Ipê, pediu mais segurança no local.
Os participantes também solicitaram um levantamento completo da disponibilidade de área verde no município, bem como informações, sobre o valor negociado e quem seria o dono da área onde será construído o novo shopping. Todos os posicionamentos, segundo Ripposati, serão transformados em requerimentos para serem aprovados em plenário e encaminhados, conforme as deliberações. Para ele, a audiência foi positiva. “Fiquei satisfeito com o andamento da discussão, surgiram ideias, tivemos conhecimento do que está sendo feito na prefeitura e foi possível averiguar, que eles não estão parados. Mas ainda a muito que fazer e vamos cobrar”, finalizou.

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