A depressão entre jovens é uma questão grave e frequentemente negligenciada. A promoção de uma campanha permanente de conscientização da depressão infanto-juvenil em Uberaba, realizada pela Prefeitura Municipal, foi um dos pedidos apresentados pela vereadora Denise da Supra na Câmara Municipal.
Denise lamenta que, em muitos casos, a depressão em crianças e adolescentes não seja facilmente reconhecida. “Os distúrbios da depressão, quando aparecem, são associados ao que os familiares chamam de "fase", quando, na verdade, são sinais de uma doença grave que requer tratamento específico. Vários comportamentos relacionados à depressão podem ocorrer em algum momento da adolescência. Por isso, os especialistas esclarecem que é preciso considerar a intensidade e a frequência dos principais sinais e analisá-los”, alertou Denise.
A parlamentar advertiu sobre os principais sinais da doença, como humor depressivo; apatia; isolamento social; irritabilidade e instabilidade; alteração do ritmo de sono; alteração no apetite; dificuldade de concentração; automutilação; comportamento de risco; abuso de álcool e/ou drogas; baixa autoestima ou sensação de culpa; pensamentos suicidas, entre outros. “A depressão não tratada é um dos principais fatores que levam ao suicídio, especialmente na adolescência. Por isso, é essencial que os pais fiquem atentos e procurem dar atenção aos filhos e façam atividades recreativas, além de manter muito diálogo com eles.”
O suicídio por depressão já é a segunda principal causa de morte em jovens entre 15 e 29 anos. “O primeiro passo é buscar a ajuda de um profissional qualificado, como um psiquiatra. Mais de 300 milhões de pessoas são afetadas pela depressão no mundo e, no Brasil, são cerca de 16,3 milhões (o país registrou um aumento de 34% nos casos, de 2013 para 2019, de acordo com dados do IBGE). Entre jovens de 18 a 21 anos, a taxa de depressão aumentou de 2,47% para 6,23%, um crescimento de 152%. O problema é global e afeta duramente a América Latina, onde, segundo as estimativas mais recentes do Unicef (braço da ONU para a infância), quase 16 milhões de jovens entre 10 e 19 anos têm algum transtorno mental. Isso equivale a 15% das pessoas dessa faixa etária”, ressaltou Denise.
A face mais triste desse fenômeno, manifestou a vereadora, é o suicídio. “Mais de 10 adolescentes tiram a própria vida diariamente na América Latina, aponta o Unicef. É a terceira principal causa de mortes na faixa etária de 15 a 19 anos”, encerrou.
Jorn. Karla Ramos
Dep. Comunicação da CMU
24/09/2025