Borjão alerta para falta de material médico na UPA São Benedito
Vereador também propõe campanha contra foro privilegiado e voto secreto
Fazendo uso da Tribuna do Plenário da Câmara Municipal de Uberaba, esta tarde, durante reunião ordinária, o vereador Marcelo Borjão (PMDB) denunciou a falta de material médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do São Benedito. Segundo ele, estava faltando gaze para curativo. Ele lembra que este é um material básico, o que torna a falta ainda mais absurda. Outro material que também está faltando são os medicamentos antialérgicos. Para o vereador a "situação é caótica". Borjão solicitou a Comissão Permanente de Saúde que averigúe a situação, bem como a Comissão Especial de Inquérito da Saúde. "Parece que a equipe que comanda a Saúde no Município vive dentro de uma bolha, fora da realidade, já que insiste em afirmar que o setor vai muito bem".
De acordo com Borjão, faltam de medicamentos, especialmente os mais comuns e importantes, como, luvas de procedimento (PP, P e G), seringa de 10 ml, sendo que a seringa de 5 ml, tem estoque apenas para duas semanas. Ele alertou também, que há mais de seis meses os medicamentos para alergia, Dexametazona e Prometazina e para asma Hidrocortizona, estão em falta.
Sobre a falta de água, Borjão revelou que esteve no local e até às 11h da manhã, os pacientes ainda não tinham tomado banho e, quando a água chegou, o banho foi gelado, pois o chuveiro estava estragado. "Quando estava lá, um paciente infartado estava sendo socorrido e dos três balões de oxigênio que estão no local, somente um está funcionando. As gazes foram doadas, porque não tem sido fornecidas pela Secretaria", disse.
Outro alerta feito por Borjão diz respeito aos atendimentos. Segundo ele, dos 304 procedimentos por dia, 180 poderiam ser tratados nas UBSs. "A população tem que se conscientizar que na UPA são apenas os casos de urgência e emergência. Desse modo, com uma demanda menor, o atendimento tende a melhorar. Se todos colaborarem e o Poder Público fizer a sua parte é possível tirar a saúde da crise".
Relator da CEI, o vereador Itamar Ribeiro de Rezende (DEM), garantiu que estará atendo a questão e solicitou ao vereador Borjão que encaminhe as denúncias à comissão, pois serão chegadas e registradas, auxiliando no trabalho. O vereador Jorge Ferreira (PMDB) corroborou com a denúncia de Borjão e afirmou também da dificuldade de contato com o secretário da Saúde, Valdemar Hial. "Não sei os demais vereadores, mas ele nunca me atende. Às vezes a população pede um apoio, eu ligo e nunca fui atendido. Inclusive falei para ele pessoalmente", disse.
Extinção - Ainda durante seu pronunciamento o vereador Borjão leu um ofício encaminhado ao presidente do Senado, José Sarney, solicitando a votação de projetos que extinguem o foro privilegiado e o voto secreto. Para Borjão, estes benefícios servem apenas para encobrir ilegalidades. "Por isso essa bandalheira e esses mensaleiros. Temos que acabar com esse negócio. Político não tem que votar secreto e nem ter foro privilegiado, pois não é melhor do que ninguém", afirmou.
Borjão destacou que há uma campanha em nível nacional para acabar com estas "mazelas políticas", mas que é necessário que os municípios também se mobilizem. Ele pediu apoio dos demais colegas para dar início a uma campanha em nível municipal. Ele afirmou que os vereadores "são soldados rasos da política, mas que tem mostrar trabalho". O vereador Lourival dos Santos (PCdoB), apoiou a fala de Borjão e afirmou que, para ele, o foro privilegiado deveria ser extinto para todos os cargos e não apenas para a classe política, pois a Constituição prega a igualdade para todos.