Borjão conclama vereadores para lutar pelo 14º salário dos professores
No Dia do Professor ao invés de belas palavras o vereador Marcelo Machado Borges – Borjão prefere ações. Por isso, em homenagem aos profissionais da Educação, irá propor no plenário da Câmara Municipal de Uberaba, na próxima semana, que todos os vereadores se engajem na luta para modificar a lei que instituiu o 14º salário para os professores municipais. Isso porque da maneira como está a lei, o educador perde o benefício, conquistado a duras penas, se tiver uma falta, mesmo que seja por motivo de saúde ou luto.
Para Borjão a medida é inconcebível e cria dificuldades e situações muito injustas para os profissionais. “Imagine só, ao perder um ente querido o professor não tem direito sequer a velar o corpo, porque se faltar no trabalho perde o 14º. Também não tem direito de adoecer, ou de seu filho ou cônjuge ficarem doentes porque perde ao faltar para cuidar eles. Quer dizer se correr o bicho pega e se ficar o bicho come”, salientou o parlamentar.
O vereador retoma ainda sua luta contra o assédio moral no serviço público, situação que afeta diretamente aos trabalhadores da educação. O Sindemu, entidade representativa desses profissionais, recebe freqüentemente denúncias de situações vexatórias pelas quais passam os servidores por conta desse tipo de humilhação. Para tanto, Borjão irá retornar com seu projeto ao plenário na próxima semana, buscando sensibilizar os vereadores quanto a importância da matéria e a derrubada do parecer desfavorável. “É uma tomada de posição da Câmara, uma atitude consciente e responsável dos vereadores, afinal o assédio é realidade e precisa ser combatido. Estaremos atendendo a um clamor do servidor público que não suporta mais ser humilhado”, afirmou.
Para o vereador os professores são muito lembrados em duas ocasiões: quando fazem greve e durante as campanhas políticas. Depois, no dia-a-dia da sala de aula, ficam esquecidos. Apesar de organizados em suas bases sindicais, esses profissionais têm sempre de fazer mobilizações, greves e muito barulho para se fazerem ouvir. “Uma nação é rica quando valoriza a educação e isso só é possível com o respeito devido aos profissionais. Não basta tapinhas nas costas, é preciso vontade política, menos discurso e mais ação para mudar o que hoje é a triste realidade ”, salientou o vereador.
Há um ano o vereador Marcelo Machado Borges – Borjão apresentou três moções de repúdio contra a baixa remuneração, falta de condições de trabalho e de segurança quanto aos professores das escolas municipais, estaduais e federais. Porém elas não puderam ser encaminhadas aos respectivos governantes porque alguns vereadores acabaram recuando e retirando assinaturas.
Ao contrário do que seus oponentes esperavam, o protesto de Borjão surtiu ainda mais efeito, porque chamou a atenção da sociedade para a situação dos professores que trabalham em condições precárias, sem estímulo, salário indigno e muitas vezes correndo risco de vida. “Perderam aqueles que, por falta de vontade política ou mesmo de coragem deixaram de defender essa categoria tão importante e tão desvalorizada. Deram a mim munição e combustível para lutar ainda mais junto aos profissionais da educação”, salientou o vereador.