A Câmara Municipal de Uberaba (CMU) aprovou na manhã desta sexta-feira (21) o projeto de autoria do vereador Ismar Vicente dos Santos – Marão (PSD) que dispõe sobre a Consolidação da Legislação Municipal do Calendário Popular. A proposição tem por objetivo inserir no calendário popular a “Semana da Conscientização Sobre a Alergia Alimentar” a ser realizada anualmente no período de 8 a 14 de maio.
A médica Legista e Especialista em Alergia e Imunologia, Dra.Mariana Castro Borges , que diagnosticou alergia da proteína do leite em um dos filhos do parlamentar,esteve presente na reunião. A Doutora explicou que as alergias podem ocorrer em qualquer idade, sendo mais freqüentes na primeira infância. Ela disse também que a alergia alimentar, é uma reação adversa ao alimento e envolve o mecanismo imunológico, com apresentação clínica variável, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema gastrointestinal e respiratório. As reações podem ser leves, com simples coceira nos lábios ou graves podendo acometer e comprometer vários órgãos.
Segundo Mariana, estima-se que as reações alimentares de causas alérgicas verdadeiras acometam de 6 a 8% das crianças com menos de três anos de idade. Os alimentos mais comumente envolvidos são leite de vaca, soja, trigo, ovo, peixe e o amendoim. O diagnóstico depende da história clínica minuciosa, associada a dados de exame físico, que podem ser complementados por testes alérgicos. O tratamento é baseado na exclusão total do alimento envolvido, já que não existe medicamento específico para resolver o problema. “É extremamente importante a orientação dos pais e familiares sobre a doença e os riscos de novas crises caso essa criança tenha contato com o alimento envolvido”, pontua.
Ela acredita que a semana da alergia alimentar será uma ótima oportunidade não só para informar a população sobre a existência da doença, seus sintomas e sinais principais, mas também para orientar as famílias sobre como fazer a dieta de exclusão, que muitas vezes gera dúvidas e dificuldades no dia a dia desses pacientes. Além disso, oferecer palestras sobre como ler e interpretar os rótulos dos alimentos industrializados e fornecer receitas para substituir o alimento envolvido para que essa criança possa ter uma qualidade de vida boa, semelhante a uma criança não alérgica.
O vereador Marcelo Machado Borges – Borjão (PR) chamou a atenção para o elevado preço de um tipo de leite a base de 100% aminoácidos livres não alergênicos, bastante requisitado pelos pais de crianças que sofrem com a alergia alimentar. “O leite é caríssimo. Eu sei de pais que já venderam carro, porque o filho vem em primeiro lugar”, afirma. Segundo Borjão, os preços da lata de leite variam entre R$175 e R$230, o que impossibilita o consumo por parte de crianças de famílias carentes, dependendo do fornecimento através da prefeitura. Franco Cartafina (PHS) afirmou acreditar que através de uma boa orientação, as mães terão acesso a uma forma de alimentação alternativa, não dependendo apenas do leite que é fornecido pela prefeitura. Antes da votação do projeto, Marão pediu o apoio dos parlamentares no que diz respeito à implantação de Ambulatório Especializado em Alergia Alimentar na cidade.
Origem A Semana de Conscientização sobre Alergia Alimentar foi criada pela instituição norte americana Food Allergy & Anaphylaxis Network (hoje denominada FARE) em 1998 para chamar a atenção da população em geral sobre as principais questões que envolvem a alergia alimentar.
Estagiário Jair Neto
Departamento de Comunicação da CMU
21/10/2016