A vereadora Denise da Supra comemorou a parceria que a Câmara Municipal fez com a escola para surdos Dulce de Oliveira, que vai disponibilizar, através de convênio, profissionais para atuarem como intérpretes, tanto nas transmissões realizadas pela TV Câmara, quanto nos eventos oficiais do Legislativo.
Denise agradeceu ao empenho do presidente da Casa, Ismar Marão, para que o projeto fosse colocado em prática. No início de 2021 ela encaminhou um requerimento ao presidente, solicitando o cumprimento do Artigo 1º da Resolução número 2.446/07, a qual determina que "fica o Poder Legislativo autorizado a celebrar convênio com órgãos e entidades públicas ou privadas que atuem no atendimento de surdos e deficientes auditivos a fim de disponibilizar a presença de intérprete de Língua Brasileira de Sinais - Libras, nas reuniões ordinárias e extraordinárias, solenes e nas transmissões da TV Câmara Municipal de Uberaba".
A vereadora lembrou a importância de promover a inclusão social de portadores de deficiência auditiva, lembrado que a maior dificuldade é a comunicação, que na realidade não é um problema considerado orgânico e sim social.
Segundo Denise, que há vários anos cobra medidas neste sentido, ela agora espera que atitude semelhante seja tomada pela administração municipal, através da prefeita Elisa Araújo. Vários requerimentos e indicações já foram enviados pela vereadora ao Executivo. Em um dos documentos, que inclusive foi reiterado, ela pede que pelo menos dois servidores de cada Unidade de Pronto Atendimento (UPA) participem de um Curso de Libras.
“Quando os deficientes auditivos chegam em uma das unidades da UPA eles se sentem excluídos, pois não conseguem se comunicar devido a falta de um profissional da saúde que saiba a linguagem de sinais”, afirmou. A vereadora defendeu que se cada UPA tiver dois profissionais que dominem a linguagem de sinais, os mesmos poderiam trabalhar em turnos diferentes para atender possíveis pacientes especiais.
Além dos profissionais da área da saúde, Denise também já solicitou a presença de intérprete de Libras nos eventos públicos oficiais realizados pela Prefeitura, assim como a criação de uma Central de Intérpretes de Libras (CIL) no Município. Na ocasião, a parlamentar mencionou que, de acordo com dados da escola Dulce de Oliveira, existem em Uberaba mais de seis mil deficientes auditivos.
“A maioria destes deficientes não tem em suas próprias casas um familiar que possa ser um intérprete, muitos sofrem para se comunicar, já que a maioria da população não sabe como comunicar na língua de sinai”, disse a vereadora. Para ela, a situação fica ainda mais complicada quando essas pessoas precisam ir ao médico ou a um órgão público, por exemplo, e não têm um intérprete de libras para atendê-los.
Denise lembrou, ainda, que a criação do Centro de Intérprete cumpriria a Lei Estadual número 10.379, de 10 de novembro de 1991, que determina acessibilidade dos deficientes auditivos às repartições públicas voltadas para o atendimento externo, por meio de tradução e interpretação da Língua Brasileira de Sinais, ampliando a comunicação e interação entre ouvintes e deficientes auditivos fundamentada na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
A sugestão da vereadora é de que o Centro de Intérprete sirva como um local onde o deficiente auditivo terá um ponto de apoio, pois poderá agendar previamente um intérprete de libras para acompanhá-lo em hospitais, tribunais, entrevista de emprego, delegacia e outros locais de atendimento público, além de atendimento virtual através de webcam. O CIL também poderia disponibilizar atendimento ao surdo quando este precisar de intermediação para assuntos particulares.
Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
06/07/2022