Buscando o fortalecimento da capoeira através do reconhecimento dos capoeiristas profissionais que lidam com esta técnica, considerada como uma mistura de arte marcial, esporte, cultura popular e música, o vereador Elmar Goulart (SDD) reiterou seu requerimento nº539, aprovado em 03 de junho de 2014, solicitando ao prefeito municipal de Uberaba, Paulo Piau, que estenda o reconhecimento da Prefeitura também aos mestres e professores da cultura da capoeira. Atualmente, a distinção é concedida apenas aos professores licenciados em Educação Física.
Elmar acredita que está havendo uma incoerência sobre o assunto, já que o próprio estatuto da igualdade racial diz que: "A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território nacional". E em seu parágrafo segundo - "é facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e formalmente reconhecidos". "Assim, fica claro que o poder público deve valorizar os capoeiristas de tradição", completa o vereador Elmar Goulart.
Histórico - Desenvolvida no Brasil principalmente por descendentes de escravos africanos, a capoeira é caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos, utilizando primariamente chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas, acrobacias em solo ou aéreas. Praticantes desta arte marcial brasileira aprendem não apenas a lutar e a jogar, mas também a tocar os instrumentos típicos e a cantar. "Um capoeirista experiente que ignora a musicalidade é considerado incompleto", diz o mestrando Giuliano de Carlo Manzano Feliciano - o "Preto" - da Associação de Capoeira Ave Branca, que joga capoeira há 25 anos.
Para Giuliano, o vereador Elmar Goulart está completamente certo em solicitar esta correção do poder público municipal, já que a capoeira é considerada patrimônio cultural brasileiro e patrimônio da humanidade, sendo que os seus mestres não podem ser alijados de repassar didaticamente o modo de jogar e tocar capoeira, que faz parte da nossa história.
O vereador Elmar Goulart acredita na sensibilidade do prefeito Paulo Piau sobre o assunto e, através de ofício, solicita o cumprimento do Estatuto da Igualdade Racial, especificamente em seus artigos 21 e 22 que tratam do tema, e nos termos do art. 217 da Constituição Federal. "Entendo que assim estaremos corrigindo uma injustiça quanto às atividades de capoeiristas em nossa cidade", conclui.
Jornalista Ellen Gomes
Departamento de Comunicação Social
(1º-04-2015)