A Câmara Municipal vai firmar uma parceria com o Instituto de Engenharia e Arquitetura do Triângulo Mineiro (IEATM). O objetivo é fornecer suporte técnico para algumas Comissões da Casa.
O acordo foi firmado durante a participação no Plenário do presidente do Instituto, engenheiro Eleiçon Mariano de Almeida, e do 2º secretário Geraldo Rezende, que foram convidados pelo vereador e engenheiro Samir Cecílio Filho (SD).
De acordo com Samir, entidades de classe, como o IEATM, têm condições de contribuir com o poder público municipal. Ele também explicou que a nova diretoria assumiu recentemente as funções, sendo que o presidente foi escolhido como nome de consenso. "Tenho certeza de que todos da classe e a comunidade vão ganhar com isso", afirmou Samir.
Eleiçon Almeida disse que o Instituto tem como objetivo principal o desenvolvimento da classe e a assistência a comunidade. Ele comentou que ao escutar a leitura de Requerimentos pelos vereadores, percebeu que uma boa parte dos problemas diz respeito à área de engenharia.
O presidente do Instituto também explicou que o motivo da visita era de saber o que a classe pode fazer para ajudar a comunidade, pois estão de portas abertas para receber a todos e opinar. Segundo Eleiçon, o IEATM conta com cinco Câmaras Especiais, de Arquitetura e Urbanismo, de Engenharia Civil, de Mecânica, Elétrica e Química, de Agronomia e de Engenharia Ambiental.
O engenheiro disse que podem ajudar a formatar uma solução mais adequada, pois acredita que várias demandas também são de interesse da CMU. "Estamos dispostos a discutir se tivermos espaço para manifestar. Temos técnicos capazes, o que tem de melhor na engenharia de Uberaba. Nós queremos nos oferecer para ajudar em qualquer coisa que a Câmara tenha necessidade de discutir", acrescentou.
Iniciativa - O responsável por solicitar a parceria entre o Legislativo e o IEATM foi o vereador João Gilberto Ripposati (PSDB). Ele explicou que o subsídio técnico pode auxiliar em uma discussão mais madura para as Comissões da Casa, como a de Infraestrutura, por exemplo, lembrando que a Câmara não tem um suporte de consultoria para auxiliar os trabalhos das comissões.
Ripposati ainda ressaltou que há algum tempo tentaram contratar um profissional da área, mas o Ministério Público entendeu que precisa ser feito através de concurso. O vereador também comentou casos de erros de engenharia em obras públicas, como nas construções de bairros e reformas de escolas.
"Se tivermos uma consultoria embasando nosso trabalho, a capacidade de fiscalizar melhora muito", analisou Ripposati. Para ele, uma consultoria pode fazer a diferença, com a presença de uma pessoa qualificada, e acrescentou, "tenho expectativa de que a Câmara deve avançar, para discutir a questão dos condomínios garagem no centro da cidade, que são defendidos por mim".
O vereador comentou, ainda, que já propôs a realização de uma Audiência Pública para discutir a falta de água no município e entende que o Instituto pode ser um importante parceiro. Ele explicou que vai esperar passar as eleições para realizar a audiência.
O presidente do Legislativo, Elmar Goulart (SD), disse que desde o primeiro mandato tem tentado contratar um engenheiro, mas a vontade esbarrou na lei.
O presidente do Instituto concordou e disse ser uma honra para eles a realização da parceria. Já o vereador Samir afirmou ser muito importante terem um maior suporte em algumas áreas que são mais complicadas e importantes para o desenvolvimento dos trabalhos da Casa. "Não tenho a menor dúvida de que quem vai ganhar com isso é a comunidade", finalizou Samir.
O vereador Edcarlo dos Santos Carneiro Kaká Se Liga (PSL) disse que Uberaba é uma cidade de sorte, por ter uma sociedade tão organizada. Ele comentou que no mês passado foi divulgado o índice de geração de empregos do Caged no Estado de Minas, sendo que as principais perdas ocorreram no comércio e os maiores ganhos na engenharia civil. "É um seguimento que gera empregos", afirmou.
Kaká lamentou que os representantes do Instituto não tenham participado do Plano Diretor, "eu entendo que eles deveriam sim ter feito parte das discussões. O desenvolvimento está nas mãos de todos".
O vereador também criticou o fato de muitas obras públicas estarem sendo realizadas por empresas de fora. "As obras macros, nos mais diversos seguimentos, como educação, saúde, infraestrutura, têm que ficar com as empresas da cidade", analisou Kaká.
O vereador lembrou que elas passam por um processo licitatório, aberto para todas as empresas do país, mas avalia que quanto mais estiverem próximos à cidade, melhor para o município. "Fico triste quando vejo empresas de fora realizando obras que poderiam estar sendo feitas por empresas locais", acrescentou. Kaká pediu ajuda e empenho do Instituto, para que as empresas da cidade façam o possível para ganhar da concorrência e fiquem com as obras do Executivo.
O líder do governo citou como exemplo algumas redes de farmácias de fora que têm aberto unidades na cidade, sendo que os lucros vão todos para outros municípios, como São Paulo, por exemplo. Para ele, o único benefício é a geração de empregos que, aliás, não são muitos. "Eu acho que é preciso dar uma freada na quantidade de farmácias que estão sendo abertas na cidade", disse o parlamentar.
Elmar Goulart, que atua neste setor, aproveitou para comentar que principalmente as farmácias de bairros estão passando por dificuldades e culpou o governo federal pela crise. O presidente do Legislativo disse que o governo distribui apenas medicamentos baratos de graça. "Eu gostaria que entregassem remédios caros, e que as pessoas não precisassem entrar na justiça para consegui-los", desabafou Elmar.
Problemas Durante a sessão, Ripossati mencionou outro problema de engenharia, que tem tirado o sossego de moradores do bairro Grande Horizonte. Segundo o vereador, eles estão convivendo com uma situação difícil, um assoreamento que se aproxima cada vez mais das casas. "O município autorizou a construção de casas dentro de uma área de preservação, às margens de um córrego, e agora com o impacto populacional, o tráfego de veículos, o solo está cedendo", disse Ripposati, explicando que teve morador que precisou entrar na justiça, na tentativa de conseguir uma saída para a situação.
Eleiçon disse que o Instituto está à disposição da Casa. Elmar Goulart concluiu, afirmando que esta é uma oportunidade ímpar para a Câmara de ter um apoio técnico, através de um termo de cooperação entre as partes. Segundo ele, o convênio será firmado o mais rápido possível.