Uma substância utilizada pela empresa que produz massa asfáltica tem mandado moradores para o hospital
Uma situação difícil, que está sendo vivenciada por moradores de vários bairros, foi denunciada no Plenário da Câmara Municipal pelo vereador Ismar Marão. Segundo ele, ninguém aguenta mais o mal cheiro que atinge vários bairros, como Jardim Maria Alice, condomínios Portal das Torres e Cyrela, Jardim Nenê Gomes, Eldorado, Jardim Espírito Santo e Tancredo Neves.
Marão explicou que já existe uma ação na Justiça contra a pedreira situada naquela região, sendo que a Secretaria de Meio Ambiente (Semad) tinha suspendido o uso do produto químico que provoca o mal cheiro, e que tem levado dezenas de pessoas para os hospitais da cidade. “Mas, infelizmente, o promotor do Meio Ambiente, Renato Teixeira, autorizou o uso do produto, que é licenciado e a usina (de asfalto) está regulamentada”, afirmou.
Marão defendeu que a situação não pode permanecer como está. “Nós estamos entrando com outra ação, na promotoria da Saúde, para que as pessoas que estão sendo prejudicadas tenham uma resposta”, acrescentou.
Ele pediu a prefeita Elisa Araújo e ao presidente da Codau, José Waldir de Sousa Filho, que seja suspensa imediatamente a compra do asfalto fornecido pela referida empresa. Marão classificou como absurda a situação, com pessoas sendo encaminhadas diariamente para atendimento médico nos hospitais da cidade.
“Nós estamos lidando com vidas de crianças, idosos e autistas”, acrescentou. De acordo com o vereador, o bairro está sofrendo há 20 anos, sendo que o secretário de Meio Ambiente esteve no local e constatou a situação. No entendimento do vereador, o processo poderia ter sido encaminhado para a Secretaria de Saúde, para que a Vigilância Sanitária ou outro responsável conseguisse suspender o uso desse produto.
Marão denunciou, ainda, horários em que o produto é utilizado, por volta das 5 e das 18 horas, quando a fiscalização não pode comparecer, fazendo com que um grande número de pessoas passem mal. “Isso tudo para poder utilizar um produto mais barato. Nós tivemos uma reunião com o promotor Renato Teixeira, que nos solicitou a realização de um abaixo-assinado, que está pronto, e eu tenho a certeza absoluta de que ele vai tomar providências para suspender o uso desse produto, pelo menos até a conclusão desse inquérito que foi aberto”, avaliou.
O vereador ainda adiantou que nesta quinta-feira pretendia procurar o promotor da Saúde, para que ele possa tomar as medidas cabíveis contra a empresa. “Nós não podemos admitir em Uberaba uma empresa que, por causa de uma mixaria em dinheiro, coloca em risco as vidas de idosos, crianças e mulheres grávidas, da forma como está acontecendo”, finalizou.
Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
09/02/2023