A escolha de um nome para denominar uma rua ou uma praça da cidade muitas vezes vai além de uma simples homenagem. Na primeira reunião do mês de abril dois projetos com este objetivo foram aprovados na Câmara Municipal.
Uma das homenagens teve a autoria do presidente Ismar Marão, que escolheu o nome de Maria Clara Rodrigues de Pádua, uma criança que faleceu em 2011, aos três anos de vida. Maria Clara nasceu no dia 17 de julho de 2008 e faleceu na mesma data, três anos depois. Ela era portadora da Síndrome de Edwards, uma doença genética rara, que provoca atrasos graves no desenvolvimento da criança, devido a um cromossomo 18 extra.
Marão comentou que não é de costume convidar a família durante a votação destes projetos, “mas como se trata de uma situação diferente, nada como os pais falarem sobre essa pequena guerreira, afirmou.
Segundo a mãe, quando a filha nasceu, os médicos disseram que ela não passaria de três dias de vida. Ela disse que foram dias muito difíceis, nos quais toda a família sofreu muito, inclusive sua filha mais velha, hoje om 19 anos. “É difícil colocar em palavras o que nós vivenciamos”, afirmou a mãe.
Ela comentou ainda sobre o desconhecimento da síndrome, inclusive por parte dos médicos e que Maria Clara ela foi a única criança na cidade que conseguiu viver tanto e foi para casa sem traqueostomia. De acordo com a mãe, sempre acreditaram, “para nós foi a síndrome do amor”, finalizou.
O pai, agradeceu pela iniciativa e destacou a importância da homenagem, para que as pessoas saibam um pouco mais sobre a síndrome, que é muito pouco conhecida. “Ela nunca falou uma palavra, mas se comunicava com todos que se aproximavam dela, tinha conhecimento de tudo o que acontecia e foi uma guerreira”, concluiu o pai.
Marão disse que pretende apresentar um Projeto de Lei, em autoria com a vereadora Luciene Fachinelli, para colocar a síndrome no Calendário Popular do Município. Ele convidou todos os vereadores a assinarem o PL. Dia 6 de maio é o Dia de Conscientização sobre a Síndrome de Edwards.
Para a vereadora Rochelle Gutierrez, quanto mais falar sobre o assunto, mais sensibilizam pais e mães, que podem ter filhos com essa síndrome. O vereador Samuel Pereira afirmou que Maria Clara certamente deixou um legado.
Segundo Lu Fachinelli, legislar é também espalhar amor e dar mais força para continuar. Marcos Jammal parabenizou os pais pelo anjo que tiveram e afirmou “só quem é pai sabe o que é fazer de tudo pelos filhos e eles fizeram. A saudade vai ser eterna, mas ela deixou uma missão”.
Como detectar a doença – a Síndrome de Edwards é uma doença de difícil diagnóstico. O primeiro exame trimestral, que inclui um exame de sangue e ultrassom, oferece informações prévias sobre o risco de um bebê apresentar o problema. Um exame pré-natal no segundo trimestre também pode detectá-lo.
Os sintomas incluem baixo peso ao nascer, cabeça pequena de formato anormal e defeitos congênitos em órgãos, muitas vezes fatais. A síndrome de Edwards não tem tratamento e, geralmente, é fatal antes do nascimento ou durante o primeiro ano de vida.
Logradouro – O vereador Cabo Diego Fabiano apresentou um Projeto de Lei para denominar Sargento Adenísio Sebastião Silviano logradouro público, ou seja, praça, rua ou avenida da cidade. De acordo com o parlamentar, Adenísio sempre foi uma pessoa humilde, trabalhador rural nas fazendas da região. Aos 18 anos, serviu o exército em Brasília. Alguns anos depois, fez sua inscrição para a Polícia Militar de Minas Gerais, formando-se soldado de 1ª classe em 1986. Posteriormente, fez curso para cabo e, mais tarde, para sargento. Ele faleceu de infarto poucos anos após de aposentar, em março de 2014, deixando esposa e um casal de filhos, sendo que o jovem Rafael também se tornou policial militar.
Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
05/04/2022