As atividades desenvolvidas pela Associação Comercial e Industrial de Uberaba (Aciu) foram abordadas durante a reunião desta sexta-feira (23) na Câmara Municipal. O presidente da entidade, José Ferreira Peixoto, foi convidado pelo vereador Agnaldo Silva (PSD).
Peixoto lembrou que a Aciu foi fundada em 1923 por Cesário de Oliveira Roxo, em uma época de pós-guerra e uma grande depressão econômica. Segundo ele, a Associação tem se dedicado ao bem de Uberaba, e atualmente conta com 38 diretores, dos quais oito compõem a Diretoria Executiva.
Entre as importantes participações na história do Município, o presidente destacou a da energia elétrica, que foi inaugurada em 1905, mas funcionava com um gerador, que era desligado diariamente às 22 horas. A Aciu teve influência na chegada da energia que passou a ser distribuída por usinas hidrelétricas. “Esta participação da Aciu é pouco conhecida”, disse Peixoto.
Atualmente a entidade conta com aproximadamente 2,8 mil associados. “Eu costumo dizer que todo uberabense é sócio da Aciu e pode, inclusive, participar das reuniões”, acrescentou o presidente.
Segundo Peixoto, se o trabalhador não tiver o ganho suficiente para comprar no comércio local, o mesmo não vai fluir, por isso é contra o aumento de impostos e taxas que atingem o trabalhador e, portanto, todo o sistema. “Tudo o que é criado contra a empresa e contra o comércio, é contra o povo, o poder de compra dele cai”, avaliou.
O representante da entidade de classe destacou, ainda, o Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual (Pace). É um serviço gratuito, através do qual é possível resgatar dívidas e encontrar soluções amigáveis para uma série de conflitos como, por exemplo, situações que envolvem promissórias vencidas, títulos, ou outros débitos em abertos. Através do Pace é possível agendar uma conciliação com o devedor, a fim de que estes débitos sejam resgatados, sem a necessidade de se ingressar na justiça.
“A Aciu está de portas abertas para esta Casa e o povo uberabense”, afirmou Peixoto.
De acordo com o presidente Luiz Dutra (PMDB), a Câmara está sempre aberta para a Aciu e suas atividades. Questionado pelo vereador Agnaldo Silva, o representante da Aciu falou sobre o empenho da entidade no projeto de revitalização do centro da cidade. Sobre o Pace, ele lembrou que o mesmo só existe devido a uma parceria com a CMU.
O vereador Alan Carlos da Silva (PEN) comentou que rotineiramente recebe reclamações sobre a situação do centro da cidade e seu entorno. Ele pediu que a Aciu busque mais o Poder Público Municipal e seus associados, procurando realizar mais ações, além de desenvolver políticas públicas voltadas para a questão. O vereador lembrou, ainda, o impacto do BRT e do Projeto Água Viva no comércio da região central.
Rubério dos Santos (PMDB) abordou a questão da quantidade de comércios fechados, como nas ruas Tristão de Castro e Artur Machado, entre outras.
Na avaliação de Peixoto, o comércio precisas se modificar, pois tudo o que fica parado morre. “Todos estão preocupados com a revitalização para melhorar o comércio, mas se não houver uma participação maior dos comerciantes, não haverá resultados”, disse o presidente.
Ainda de acordo com o representante da Aciu, toda grande cidade tem problemas sérios na região central, com redução de espaços, locais para estacionamento e menos segurança. Peixoto contou que a entidade já fez contato com os comerciantes, com visitações de integrantes da Aciu e do CDL, tentando fechar idéias que possam dar resultados positivos.
“A época não é boa, mas Uberaba é uma cidade atípica, que ainda está melhor do que muitas outras”, afirmou o presidente, no que se refere à crise econômica. Ele disse que acredita muito na revitalização, e que é preciso levar os freqüentadores para estas lojas do centro, e encontrar caminhos mais viáveis para que isto aconteça.
“Algumas lojas estão atreladas a épocas antigas, comerciantes que ainda usam fichinhas. Eles precisam participar dos cursos oferecidos pela Aciu, para se inteirar dos fatos atuais, sobre a melhor forma de atender os clientes", argumentou, lembrando que muitas situações que acontecem por falta de treinamento e de preparo, não podem ocorrer.
O vereador Samuel Pereira (PR) lembrou que conseguiu alterar o alvará de funcionamento dos estabelecimentos comerciais do Município de um para três anos. No ano passado Samuel tentou aprovar outra alteração, passando o período para cinco anos.
Mas, conforme o parlamentar lembrou, a Câmara aprovou a proposta, mas o Executivo não sancionou, alegando inconstitucionalidade. O Legislativo derrubou o veto e a prefeitura recorreu à Justiça, ganhando a causa. Samuel pediu a ajuda do presidente da Aciu, para que ele não deixe de insistir com o prefeito Paulo Piau, sobre a necessidade de que o alvará seja renovado de cinco em cinco anos.
Ainda de acordo com o Samuel, ele conversou recentemente com o prefeito, o qual anunciou que em breve a cidade vai ter o alvará on-line. O vereador Cleomar Marcos de Oliveira “Cleomar Barbeirinho” (PHS), também falou sobre a crise econômica e financeira enfrentada pelos brasileiros, lembrando que é comerciante, proprietário de salão de um de cabeleireiro.
Segundo o vereador Almir Silva (PR), quando ainda era vice-prefeito se envolveu no assunto da revitalização, inclusive participando de várias reuniões. O problema, de acordo com ele, é que os comerciantes não querem mexer no bolso, e a prefeitura não pode padronizar as fachadas das lojas sem a participação dos proprietários dos comércios.
“Eu entendo que a rua Artur machado deveria ser um shopping a céu aberto, mas os comerciantes resistem às mudança, por causa das vagas de estacionamento”, lembrou Almir. Para ele, Uberaba precisa começar a pensar grande, a pensar no futuro.
O vereador Antônio Ronaldo Amâncio (PTB) disse que sempre é questionado por comerciantes, principalmente da região do bairro Abadia, sobre algum possível projeto de iluminação para a época do Natal. Peixoto respondeu que a Aciu tem financiamentos para oferecer aos comerciantes que quiserem fazer a revitalização ou mesmo investir na informatização das lojas. Já sobre a iluminação de Natal, o presidente da entidade disse que não é função da Associação ou mesmo da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) enfeitar a cidade, e sim, de melhorar e valorizar a situação do comércio local.
Sobre os alvarás, Peixoto falou que só pode lamentar o que aconteceu. Na opinião dele, tudo o que é feito contra o comércio e a indústria, é contra o povo. “É um absurdo o empresário ter que ficar em uma fila. O alvará deveria ser autorizado por até dez anos. E se o comerciante fizer algo errado, é só caçar o alvará. Esta medida tem todo o apoio da Aciu”, finalizou.
Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
23/06/2017