Representantes do Sintraco vão à Câmara e anunciam greve no transporte coletivo a partir da próxima sexta

23/09/2021 08:51

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A situação poderá ser revertida em uma audiência com um juiz do Trabalho que acontece nesta quinta-feira

 

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Passageiro de Uberaba (Sintraco) estiveram no Plenário da Câmara Municipal nesta quarta-feira (22), a convite do vereador Tulio Micheli. A categoria pode entrar em greve a partir da próxima sexta-feira (24).

O presidente do Sintraco, Roberto Alexandre Ferreira, explicou que o atual estado de greve pode passar para greve por tempo indeterminado, se não houver novas propostas por parte do Sindicato Patronal.

De acordo com o sindicalista, a categoria pede 5% acima da inflação, pois estão há mais de dois anos sem recomposição salarial. No total o reajuste pedido é de 14,85%, porém a contraproposta foi de apenas 5%, a metade da inflação, a partir de agora, e de outros 2% a partir de janeiro de 2022, conforme explicou o presidente do sindicato.

O vereador Tulio lembrou que no mês de julho a Casa aprovou um Projeto de Lei encaminhado pelo Executivo, que concedeu subsídios para o reequilíbrio financeiro das empresas responsáveis pelo transporte público na cidade.

Segundo Roberto Ferreira, foi estipulado um prazo de 72 horas, que terminam a partir de sexta-feira, data marcada para a paralisação da categoria. Inicialmente a intenção do sindicato era de permanecer apenas com 30% da frota trabalhando, mas a justiça determinou que a quantidade de ônibus nas ruas não pode ser inferior a 60% do total.

Sendo assim, conforme explicou o sindicalista, serão colocados 54 ônibus à disposição da população, enquanto outros 46 vão permanecer na garagem, cumprindo assim a determinação judicial.

O assessor jurídico do Sintraco, Tony Rocha, disse que desde o dia 30 de junho tentam um acordo com o Sindicato Patronal, mas só foram recebidos no mês de agosto, quando apresentaram a proposta de 5%. “O sindicato cumpriu todas as normas legais, com realização de assembléia e decretação

de estado de greve”, disse Tony, reafirmando que a categoria vai cumprir a determinação de manter 60% da frota, a partir do momento em que a paralisação for confirmada.

O advogado disse, ainda, que nesta quinta-feira (23) vai acontecer uma audiência virtual, entre as partes e o juiz do Trabalho Lucas Furiati Carvalho. “Se tivermos outra proposta, podemos até suspender a greve, mas não aceitamos qualquer proposta abaixo da reposição da inflação”, afirmou o assessor jurídico.

O vereador Marcos Jammal lembrou que os subsídios dos impostos, aprovados pela Câmara, foram retroativos a janeiro e demonstrou preocupação com as possíveis conseqüências da greve. Na avaliação dele a Casa quer ser parceira, para chegar a um acordo que auxilie a população da cidade. “Se antes as empresas não pensaram nos trabalhadores, agora vão ter que pensar”, acrescentou.

Segundo o vereador Túlio Micheli, o Executivo teve pressa para que o projeto beneficiando as empresas fosse aprovado, mas que agora queria saber se o Município já repassou ou não as duas primeiras parcelas às empresas, de um total de R$ 3 milhões. Ele afirmou esperar que mais uma vez o uberabense não seja prejudicado e que a Casa consiga ser responsável por fazer com que a greve não aconteça e que a situação seja solucionada.

O líder do governo, Caio Godoi, explicou que a Prefeitura ainda está concluindo a documentação e na próxima semana deve repassar os valores para as empresas, referentes às duas primeiras parcelas.

Questionado sobre o quanto os motoristas recebem atualmente, o presidente do Sintraco explicou que foram acertadas sete horas na convenção, mas na prática os motoristas ficam por conta da empresa, com uma escala sofrível para os trabalhadores, que não podem nem ter vida social. O salário dos motoristas hoje é de R$ 1.851,32.

Para a vereadora Rochelle Gutierrez se trata de uma concessão pública de um serviço que deveria ser oferecido pela Prefeitura e que é terceirizado, portanto entende que o Executivo tem responsabilidade sim nesta questão. “É preciso pensar a longo prazo a questão do transporte coletivo na cidade, para que ele seja melhor para a população, mas que tenha mais qualidade também para os funcionários”, avaliou a vereadora.

O presidente do sindicato, Roberto Ferreira, concluiu sua participação afirmando que a categoria não queria a greve e que esta é o último recurso, um ponto crítico para todos os funcionários.

 

Jornalista Hedi Lamar Marques Departamento de Comunicação CMU 22/09/2021

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