Sindicalista fala na Câmara sobre falta de funcionários e atraso nas entregas

09/03/2016 09:06

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A grande quantidade de reclamações sobre os serviços prestados levou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ao Plenário da Câmara Municipal. Wolnei Cápoli Dias, explicou que a categoria tem passado por dificuldades em âmbito nacional.  De acordo com o sindicalista, os funcionários enfrentam situação de menosprezo por parte da empresa, que tem implementado o desligamento dos trabalhadores mais antigos, através de programa de demissão incentivada. Ele também explicou que desde 2011 não tem contratações, uma vez que não foram realizados concursos.
A falta de profissionais é o principal problema enfrentado em todo o País, conforme lembrou Wolnei, o que resulta no atraso das encomendas. O sindicalista contou que existem na cidade 158 trabalhadores, enquanto a própria empresa alega publicamente que seriam necessários apenas 152 funcionários.
“Na atual realidade não é possível prestar o bom serviço que sempre prestamos a sociedade. Sem contratação não tem como fazer a empresa voltar para os trilhos de onde nunca deveria ter saído”, afirmou o representante do sindicato, acrescentando, “nossa categoria é uma das mais estressadas, sofre com as pressões de não entregar as correspondências, e com as metas a cumprir entre gestores e trabalhadores de base”.
Para Wolnei, o trabalhador é extremamente influenciado pela falta de efetivo e pelo sucateamento, sendo que as pessoas que podem solucionar os problemas não fazem isso. Ele também incentivou os usuários a usarem o telefone 0800-725-0100 para fazerem as reclamações necessárias.
O presidente do sindicato ainda questionou a falta de investimentos nos Correios nos últimos anos. Como exemplo, ele comentou que entre 2012 e 2014 a empresa investiu cerca de R$ 744 milhões em vários esportes, como futsal, natação e tênis. Segundo Wolnei, ele vê os patrocínios com bons olhos, pois estão investindo no esporte, mas ao mesmo tempo fica decepcionado por não ver a mesma atenção na melhoria da qualidade da prestação de serviços dos próprios Correios.

Outra questão levantada pelo sindicalista é que atualmente 450 trabalhadores são afastados diariamente no Estado, por causa de problemas de saúde. Os boatos de uma possível privatização também preocupam os funcionários. “Nós precisamos do apoio da população, pois pretendemos lutar para manter os Correios como empresa pública”, disse Wolnei.
O vereador Marcelo Machado Borges “Borjão (DEM) classificou como uma vergonha o que tem acontecido na cidade, e cobrou a presença no Plenário do gerente de distribuição Alcides Ricardo Calegari, para prestar esclarecimentos à sociedade. Apenas o gerente regional de vendas, João Francisco de Sousa, compareceu a sessão.

Para “Borjão”, não apenas o Legislativo, mas o Município tem que entrar nesta briga também. Ele destacou que os Correios não pagam nenhuma espécie de imposto, como o IPTU, por exemplo.

Vereadores. O presidente Luiz Dutra (PMDB) aproveitou para lembrar que as ordens vêm de cima e muitas vezes os gerentes locais não tem muito o que fazer.  O vereador Ismar Vicente dos Santos “Marão” (PSD) disse que o problema é nacional e alguém precisa prestar esclarecimentos. Ele contou que encaminhou um ofício ao Ministério das Comunicações em maio de 2015, quando questionou o atraso nas entregas nos bairros Vila Ceres e Boa Vista. Segundo “Marão”, a resposta recebida é de que dependem da realização de concurso público na administração central em Brasília.

Samir Cecílio (PSDB) lembrou que a situação enfrentada pelos novos conjuntos habitacionais é ainda pior, pois a cidade está crescendo e milhares de casas serão entregues ainda este ano.

O vereador João Gilberto Ripposati (PSD) disse ter consciência de que as decisões devam ser tomadas na esfera federal. Ele ainda aproveitou para mais uma vez cobrar a abertura de uma agência dos Correios na região dos bairros Copacabana, Girassóis, Marajó, Alfredo Freire 4, entre outros.

O vereador Paulo César Soares “China” (PMN) avaliou com preocupação que os Correios estão falidos. “A situação é muito pior do que todos imaginam”, afirmou, defendendo que o Executivo ouça as reivindicações e entre nesta briga.

Edcarlo dos Santos Carneiro “Kaká Se Liga” (PR) disse que agora entende o porquê de tantas reclamações. Ele também contou que há 30 anos a cidade conta com um Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas, o qual por muito pouco não foi perdido para Uberlândia. O vereador disse ter tomado conhecimento da articulação política para que a cidade perdesse o Centro, que gera 200 empregos.

De acordo com “Kaká”, ele pediu a ajuda do deputado federal Aelton Freitas, que agendou uma reunião com o presidente nacional dos Correios, nacional Giovanni Queiroz, que é mineiro. Na ocasião também participou do encontro o vice-presidente da empresa, que é da Paraíba, mas é casado com uma uberabense.  “Kaká” esclareceu que o problema foi resolvido paliativamente, uma vez que o chefe de produção que estava a frente da questão foi exonerado do cargo. O parlamentar destacou a influência política da cidade, defendendo que é preciso sentar com o presidente dos Correios, junto com os deputados federais e cobrar uma solução. 

Ao final de sua participação, Wolnei relatou que está ocorrendo o fechamento de aproximadamente 2 mil agências no Brasil, enquanto outras  franqueadas (terceirizadas) estão sendo abertas, mas não dão lucro. “Existem pessoas que querem ver os Correios terceirizados, mas os sindicatos estão atentos e vão lutar até o fim”, finalizou o presidente do sindicato.

 

Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
08/03/2016

 

 

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