A convite do vereador Ismar Marão, presidente da Câmara Municipal de Uberaba, o renomado urologista e cirurgião Dr. Solon Quintão H Júnior falou na sessão ordinária desta segunda-feira (17) sobre um tema de extrema importância para a saúde pública: a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata. O especialista fez um alerta sobre a doença, que deve registrar mais de 70 mil novos casos no Brasil até o final de 2025, consolidando-se como o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens.
Dr. Solon iniciou sua explanação destacando um hábito cultural preocupante: a resistência masculina em procurar cuidados médicos regulares. "O homem não tem o costume de se cuidar", afirmou, lembrando que essa realidade dificulta enormemente a descoberta da doença em suas fases iniciais. O desafio é agravado pelo fato de o câncer de próstata ser, frequentemente, assintomático no início.
Os números comprovam a gravidade da situação. Em 2023, dos 44 mil casos diagnosticados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no país, 54% já estavam em estágios avançados. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revela que 46% dos homens com 40 anos ou mais só buscam atendimento urológico quando percebem “algo diferente” no corpo, e não por rotina.
Para ilustrar a dimensão local do problema, o médico citou que, somente entre 2020 e 2024, o Hospital Hélio Angotti registrou mais de 870 novos casos da doença. Ele enfatizou as facilidades de acesso ao diagnóstico e tratamento pelo SUS, reforçando que a rede pública está preparada para o acolhimento.
Inegável neste contexto a importância dos dois principais métodos de detecção: o exame de toque retal e o de dosagem do PSA no sangue. O Dr. Solon explicou que a idade para iniciar o rastreamento varia conforme o perfil. Homens com histórico familiar da doença devem começar aos 40 anos. Para a população negra, a recomendação é aos 45 anos, devido a fatores de risco genéticos e sociais. Para aqueles sem fatores de risco, a orientação é não se descuidar dos exames a partir dos 50 anos.
A abordagem do Dr. Solon Quintão conectou-se ao movimento Novembro Azul e ao Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, campanha que nasceu na Austrália, em 2003, com o objetivo de quebrar tabus e chamar a atenção para a saúde do homem. A mensagem final do especialista foi um reforço sobre a urgência de mudar a cultura: quando os primeiros sintomas aparecem, em 95% dos casos, o tumor já está avançado, tornando a cura uma batalha muito mais difícil. A prevenção, portanto, continua sendo o melhor caminho.
François Ramos
Depto. de Comunicação Social – CMU
17/11/25






