Memória Viva leva ex-vereador à CMU
Parlamentar durante duas legislaturas consecutivas (7ª, 1971 a 1973, e 8ª, 1973 a 1977), o odontólogo, Valdir Rodrigues Vilela, foi o primeiro ex-vereador a conceder entrevista para colaboradores do Projeto Memória Viva da Câmara Municipal de Uberaba. A proposta tem como objetivo resgatar documentos históricos e reproduzi-los para exposição, pesquisa, formação da identidade histórico-cultural da população e constituição do Centro de Memória e Documentação. A convite do departamento de Documentação e Pesquisa, Vilela compareceu à Casa, na tarde de hoje (9), portando fotos da época de sua vereança.
Executado em parceria com a Universidade Federal do Triângulo Mineiro, o projeto conta com o apoio dos estagiários do curso de História, Jéssica Fernanda de Oliveira Carvalho e Vítor Lacerda. Para a diretora do departamento, Sumayra Oliveira, a participação da comunidade é essencial para dar sustentação à proposta, sobretudo quando se trata de figura pública que acompanhou de forma efetiva o processo político no passado. "O Memória Viva existe há quatro anos, mas foi consolidado nesses dois últimos, na gestão do presidente Dutra. A visita do ex-vereador Valdir foi muito proveitosa. Espero que ele dê exemplo para que outras personalidades possam fazer o mesmo e passar uma tarde de memória com a gente".
Para o ex-parlamentar, que iniciou sua carreira política no partido Arena - que mais tarde passou a ser PDS, depois PFL e culminou em DEM -, contribuir com os trabalhos da instituição da qual fez parte é motivo de alegria e satisfação. "Mesmo porque uma cidade que não tem memória está fadada ao esquecimento", observou. Em entrevista concedida ao programa TV Câmara, que deverá ser transmitida na próxima sexta-feira (16) a partir das 15h30, Vilela exaltou o projeto de resgate histórico, visto que, através dele, o Legislativo valoriza as pessoas que trabalharam no passado para que as gerações atuais gozassem dos avanços conquistados.
Na ocasião, o ex-vereador também contou sobre sua experiência na Câmara Municipal, bem como suas impressões sobre os avanços na área da década de 70 até hoje. Conforme revelou, todas as experiências pelas quais passou foram válidas, não tendo nenhum arrependimento das ações executadas e posicionamentos adotados durante os seis anos de mandato. "Fui vereador na época em que o Brasil passava por um processo militar, revolucionário. Apesar das prevenções contra determinados pronunciamentos, com hombridade e dignidade acredito que consegui desempenhar bem minha função, sempre focado nos problemas de Uberaba", explicou, exaltando a abertura política vigente, caracterizada pela democracia.
Curiosidade histórica - Durante o relato de sua história vida, o ex-vereador contou que morava em Campo Florido e chegou a Uberaba aos nove anos. Aos 11, frequentava a "Associação" para assistir aos treinos dos nadadores. Segundo Vilela, certa vez o gerente da instituição, na época, Diocleciano Pereira de Sousa, convidou-lhe para nadar. A partir daí não parou mais, foi campeão mineiro e viajou por todo o país dos 13 aos 22 anos.
Já aos 30 anos, o ex-vereador encontrou com Mário Pacheco (irmão de Rondon Pacheco, a quem entregou um título de cidadania na década de 70) durante uma solenidade. Mário logo o reconheceu e o chamou pelo seu apelido, "Raia 4, o grande nadador" . Vilela lembra que, nessa época, vereador não recebia salário e que, por isso, a vida particular do indivíduo tinha mais evidência que a pública.
