Durou cerca de quatro horas a sabatina dos representantes do Hospital Universitário Mário Palmério na Câmara Municipal de Uberaba, durante a reunião ordinária da última segunda-feira (15). O objetivo era falar sobre a superlotação das unidades de pronto atendimento na cidade, porém os questionamentos também foram estendidos para outras áreas.
O diretor técnico do hospital, Raelson de Lima Batista, e o diretor administrativo Frederico Guglielmi Ramos, atenderam a um convite do vereador Tulio Micheli. A Sociedade Educacional Uberabense, através da Uniube, é a responsável pela administração das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) no Município.
Entre as informações repassadas, está o valor do contrato do Município com a Sociedade Educacional Uberabense, de aproximadamente R$ 3.876.000,00 para as duas UPAs. Ao todo são 130 médicos credenciados contratados, divididos em equipes para quatro plantões a cada 24 horas, o que seriam quatro acima do que é exigido em Portaria pelo Ministério da Saúde.
Quanto ao cancelamento das cirurgias eletivas, decisão tomada pela Secretaria Municipal de Saúde, teria acontecido porque havia quase 100 pessoas aguardando internação na última sexta-feira (12). Seria 45 pacientes da região e outros 56 nas UPAs, e como a ocupação dos leitos nos hospitais particulares estava acima de 90%, não havia possibilidade de contratação por parte da administração municipal.
Segundo dados fornecidos pelos administradores, dos pacientes atendidos nas UPAs, apenas uma média de 30% a 25% permanece internados. O tempo médio de permanência nas unidades, desde a entrada até o momento da alta, é de 5h53.
Frederico Ramos explicou que a maior parte dos pacientes apresenta quadro de baixo risco e que não demanda internação hospitalar, uma vez que de 70% a 75% são classificados como azul ou verde na triagem. A informação foi uma resposta ao vereador Tulio, que disse já ter recebido denúncias de pacientes que ficaram entre 7 e 11 dias na UPA à espera de liberação de leito hospitalar.
Conforme explicou o administrador, a partir da solicitação da vaga no sistema até a autorização para transferência do paciente, o tempo médio de permanência é inferior a cinco dias. De acordo com o relatório, o prazo é de 4,9 dias na UPA São Benedito e de 4,7 dias na UPA do Mirante.
Sobre a possibilidade da abertura de mais leitos na cidade, Raelson disse que é preciso analisar se foi algo sazonal ou uma falta crônica, para que as medidas necessárias sejam tomadas, levando-se em conta a complexidade de manter novos leitos abertos.
Jorn. Hedi Lamar Marques
Departamento de Comunicação CMU
16/04/2024
