Audiência Pública debate Drogas Lícitas e Ilícitas

26/11/2010 00:00

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Audiência Pública debate Drogas Lícitas e Ilícitas

Os problemas provocados pela drogas lícitas e ilícitas foram temas de uma Audiência Pública realizada na Câmara Municipal. A iniciativa do vereador José Severino (PT) reuniu várias autoridades, como o tenente coronel João Lunardi, comandante do 4º BPM, Maria Tereza Rodrigues da Cunha, secretária municipal de Assistência Social, Onofre de Freitas Fidélis, coordenador estadual do Amor Exigente, Ricardo Andrade, coordenador da Comunidade Nova Jerusalém e Ricardo Aparecido dos Santos, presidente do Conselho Municipal Antidrogas (Comad).
Representantes de várias entidades ligadas a prevenção e tratamento de dependentes químicos, entre outras, também participaram da reunião. O vereador João Gilberto Ripposati justificou a ausência, pois estava fora da cidade, devido a compromissos anteriormente agendados.
O representante do Comad  destacou a importância da audiência, tratando sobre tema tão relevante. Ricardo Santos agradeceu o empenho do vereador com as causas sociais e humanitárias. Segundo ele o Comad é parceiro da sociedade em primeiro lugar.”Precisamos de  dotações orçamentárias para reforçar o Fundo Municipal Antidrogas, aumentar autonomia em suas ações, trazer a publico informações  e orientações. Santos solicita  ainda a criação de leis para alavancar a política antidrogas em Uberaba, que sofre pela deficiência diária de equipe, área física, e outros problemas relacionados a parte financeira.
A lei municipal nº 10 697 de 2008 diz que 17% da receita das multas será destinadas para o Fundo Municipal antidrogas. Segundo oficio que Wellington Fontes enviou ao presidente da Comad, cento e trinta e três mil reais  foram arrecadados mas ainda não foram repassados ao fundo,segundo Ricardo Santos.Ele pede que o vereador interceda para que este dinheiro possa ser usado. “Precisamos destes recursos para ajudar as entidades que estão precisando para ampliar e melhorar a qualidade de atendimento”, afirmou Santos.
Já Onofre Fidélis, explicou que a Amor Exigente é uma associação de pais sem fins lucrativos. Em Uberaba a entidade foi criada em 1997, e desde então já atendeu aproximadamente 26 mil pessoas, com presença de mais de 40 mil nas reuniões e seminários. Desde então, a Amor Exigente já ajudou aproximadamente 5 mil pessoas a deixar a dependência. Ela chegou ao Brasil em 1975. São 1200 grupos em mais de 1300 municípios, atendendo mais de 3 milhões de pessoas de forma gratuita.
”Estamos fazendo a nossa parte, assim como toda a sociedade organizada. Estamos vendo as famílias se desestruturarem, a violência se alastrar de forma avassaladora. “Muito pouco, ou quase nada, tem sido feito”, destacou Onofre Fidélis.
Ele lembra que o Brasil não produz drogas, mas é o segundo maior consumidor do mundo. Para o representante da Amor Exigente, é preciso agir com coalizão, através da prefeitura, câmara, Fórum, delegados das polícias Civil e Federal, para criar um programa para prevenção e punição, “caso contrário, a polícia vai continuar enxugando gelo”, acrescentou.
Ricardo Andrade lembrou que o dependente químico está propenso a praticar atos ilícitos, diferentemente daqueles que são dependentes das drogas lícitas, como o cigarro e o álcool. “É preciso criarmos vergonha e não servirmos bebida alcoólica em aniversários de crianças, batizados. O ambiente de casa deve ser melhor que o de um bar”, afirmou. O coordenador da Comunidade Nova Jerusalém lembrou, ainda, que 30% das pessoas que freqüentam bares se tornam dependentes químicos. Ele também criticou o conteúdo das emissoras de TVs e aqueles que defendem a liberação da maconha, uma porta de entrada para outras drogas.
Ricarto também conclamou  a sociedade a se reunir mais, a viver os valores familiares, pois muitas vezes os próprios pais dão maus exemplos aos filhos. “Continuamos perdendo a batalha, mas não perdemos a guerra”, disse ele.
Para a secretária Maria Tereza, discutir a questão de drogas na cidade, estado e país, é uma tarefa difícil. Ela não acredita que tudo está perdido, que nada está sendo feito, e sim que as pessoas, instituições e poderes estão fazendo algo. “A grande questão é que o estrago que as drogas tem feito é maior”, analisou, afirmando que é preciso trabalhar com grandes parcerias. A secretária ressaltou que o trabalho realizado pelas 13 comunidades terapêuticas da cidade é difícil, pois o dependente químico tem características complicadas. Maria Tereza lembrou que ninguém é doente sozinho, e a droga é uma doença social, sendo preciso tratar também a família e a sociedade.
O comandante do 4º Batalhão, João Lunardi, avaliou que é preciso discutir o assunto de forma muito mais ampla, até mesmo lotando um estádio, como o Uberabão. Segundo o oficial, ele gostaria que todos os vereadores estivessem presentes na audiência, assim como o Ministério Público e o Poder Judiciário, para discutir tema tão importante. Lunardi explicou que 90% das ocorrências são ligadas ao tráfico de drogas. Segundo ele, a polícia sabe onde estão os traficantes, que são presos, mas logo o judiciário solta. Situação demonstrada em gráfico e números. Desde o dia 5 de fevereiro deste ano 1.3 traficantes foram presos por dia. “Agora verifiquem na penitenciária, para ver quantos estão presos?”, questionou.
O vereador Severino concordou que é preciso cobrar mais dos governos, para que, juntamente com o Judiciário, Executivo e Legislativo, além das polícias, não deixem passar o assunto levantado na audiência. “Aos que usam drogas, isto não leva a nada, apenas a muito sofrimento. Não é justo que os traficantes ganhem dinheiro sugando o sangue de outras pessoas”, finalizou o vereador.

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