Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher entrega documento e pede apoio político da Câmara
A segunda reunião da semana foi iniciada com o uso da Tribuna pela Coordenadora Municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Marilda Ribeiro, com o objetivo de entregar um "manifesto/abaixo assinado" com solicitações importantes de políticas públicas que virão a contribuir com a igualdade entre os seres humanos. Recepcionada pelo vereador Tony Carlos (PMDB) em nome dos demais, a ex-vereadora lembrou-se da sua passagem pela casa, quando, segundo ela, pode deixar várias propostas que estão sendo colocadas em práticas. "Sempre fomos leais uns aos outros, estando juntos nas ações. Apesar da política partidária, fizemos um trabalho humano, desinteressado em prol da população".
Diante de sua perspectiva sob a ótica feminina, Marilda citou que não há democracia verdadeira quando não se tem uma mulher atuando no Poder Legislativo. "Temos certeza que a nossa realidade irá mudar no futuro, quando a sociedade entender ainda mais a importância do papel da mulher". Ela ainda citou as representações do Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher com o intuito de mostrar que o sexo feminino "não está para brincadeira e veio para fazer valer". "Não queremos ser mais que os homens, mas sim fazer valer nossos direitos, nosso espaço social e nossa participação".
Antes da entrega do ofício, que também já foi enviado à presidenta Dilma Roussef e ao governador do Estado, Antonio Anastasia, Marilda fez a leitura do mesmo enfatizando alguns pontos e ponderando que é preciso uma "análise com carinho" por parte dos vereadores. A ex-vereadora observou que a representatividade feminina está comprometida, alertando que são apenas 45 deputadas num total de 513 deputados. "Isso serve para ilustrar que a mulher ainda não ocupa lugares de decisão".
Dentre os pedidos contidos no ofício está a mobilização de lideranças diversas para uma alteração na Lei Eleitoral, a fim de garantir a participação igualitária da mulher. Marilda ainda solicitou a destinação de emendas parlamentares para o Conselho; a inserção de uma rubrica própria para a Coordenadoria na Lei Orçamentária Anual (LOA); e a criação do Fundo Municipal de apoio ao Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher. Estas demandas, principalmente, foram os motivadores da presença do Conselho, durante a sessão ordinária.
O presidente Luiz Dutra (PDT) também lamentou a ausência feminina nas cadeiras do Legislativo. "Só se faz um parlamento quando há uma mistura entre homens e mulheres. Quando há uma discrepância, é culpa do passado. Pode ter certeza que os homens de bem e de discernimento estarão ao lado de vocês, mulheres, que buscam seus lugares na sociedade. O importante é que busquemos, cada dia mais, uma colaboração para que elas participem em todos os setores".
Já o vereador Lourival dos Santos sugestionou sobre uma criação de uma Frente Feminina de Apoio ao Parlamento "para implementar os projetos para melhorias da realidade feminina". Ele ainda citou que mulheres são bons exemplos em tudo. "Para cada cem homens presos, apenas quatro mulheres são detidas", disse.
João Gilberto Ripposati (PSDB) observou que é preciso ainda de uma atenção maior às mulheres diretamente nos bairros, nas comunidades. "Recebemos pessoas de toda parte do Brasil e que se interessam em ficar por aqui e precisam de alfabetização, por exemplo". Ele também ressaltou o serviço do Governo Federal em implantar junto aos municípios as creches, mas é preciso ampliação dos horários e também das vagas. O Centro de Referência da Mulher foi tema das ponderações feitas pelo vereador Afrânio Resende (PP). "Vejo a necessidade de um local adequado para o Centro de Referência da Mulher".
Finalizando, Marilda reforçou que é preciso a movimentação política dos vereadores para que novos núcleos relacionados às mulheres venham para Uberaba. "Nossos passos foram dados, precisam é ser concluídos. Toda classe política precisa se unir para tornar essas ações realidade".
