Vereadores propõem documento em repúdio à exoneração de diretora
À Convite do vereador Marcelo Borges (DEM), Célia Campos, diretora exonerada da Escola Estadual Corina de Oliveira, esteve no plenário nesta quarta-feira. O momento foi destinado aos esclarecimentos dos fatos que levou a professora a deixar o cargo de direção. "Foi ultrajante a situação pela qual passei. Na última semana teve eleição para o Sind-UTE e a orientação recebida era de que o movimento da eleição não poderia atrapalhar as provas do Proeb. A entrada foi autorizada num dia em que não estava sendo aplicada a referida prova. Depois, recebemos a visita da inspetora que fez o registro do ocorrido e assinamos o termo de visita. Na quarta-feira, o superintendente Eduardo Calegari esteve na escola e nada foi comentado. Em uma convocação urgente, tive que comparecer na Superintendência e fui avisada sobre a exoneração", esclarece.
Ela explicou que as diretoras são conduzidas ao cargo por eleições, depois nomeadas e empossadas. "No meu caso, não houve problema administrativo, não houve prejuízo diante da coleta de votos feita pelo sindicato. O que dá para entender é que minha exoneração se dá por não comungar com as ideias do governador" desabafou.
Diante dos fatos, o vereador Marcelo Machado Borges propôs aos demais que um documento fosse assinado por todos e enviado ao governador e ao subsecretário. "Temos que tomar alguma providência. Os profissionais desse pais têm que ser respeitados. Não é porque o senhor Anastasia é governador que ele pode agir assim".
O presidente Luiz Dutra (PDT) sugeriu que Célia busque um mandato de segurança. "A eleição foi legítima e há instrumentos que te amparam", lembrando também que o documento assinado pelos vereadores pode "servir para a busca da justiça". Já o professor Carlos Godoy (PTB) diz se tratar de uma questão de ética. "O governador eleito não é rei. O ato foi feito na ignorância".
O vereador João Gilberto Ripposati (PSDB) lamentou o que chamou de "desencontro". "Vivemos um momento em que a democracia precisa ser fortalecida. O governo precisa dar ouvido à cidade ao ler esse documento e escolher uma decisão respeitosa. Gostaria que o superintendente estivesse aqui para vermos onde está o erro do sistema", disse, sendo apoiado pelo vereador Cléber Ramos (PMDB), que sugestionou o envio de ofício solicitando a presença do superintendente.
Para o vereador Tony Carlos (PMDB), houve um imenso desrespeito para com o Sind UTE , a escola e a comunidade. "Como é triste ter um tratamento de alguém que até há pouco era considerado como membro da nossa família já que o governador era tratado como professor Anastasia. Vivemos num país democrático. E se o presidente da república chegasse no governador e dissesse: você não nos interessa mais! Mas a eleição - feita pelo povo - foi legítima! Essa mulher faz do Corina a extensão da casa dela. É vítima de uma ação covarde. Lamentamos vivenciar uma situação drástica como essa. O futuro dará o troco ao governador".