Diversos delegados estiveram presentes na última sessão do mês, nesta terça-feira (29), com o objetivo de entregar aos vereadores um documento em que solicitam, através de uma moção, apoio às reivindicações de valorização profissional dos delegados de Polícia Civil de Minas Gerais como integrantes das carreiras jurídicas do Estado, conforme prevê a Constituição Estadual, artigo 140. A principal reivindicação é a valorização do delegado de polícia, para que a remuneração seja equiparada às demais carreiras jurídicas.
Diante da aprovação da moção de apoio, o presidente Elmar Goulart (SDD) se comprometeu a entregar o documento em mãos ao governador, que estará na cidade no próximo dia 2, em virtude da abertura da Expozebu.
Convidado a compor a mesa, o chefe do 5º Departamento de Polícia Civil, Dr. Ramon Tadeu Carvalho Bucci, reforçou que este é o momento de se buscar uma valorização do profissional. "Temos um grande problema a ser resolvido: roubos estão um pouco acima da média que vínhamos mantendo", disse, relatando também as atividades pelas quais os delegados são responsáveis.
Dr. Francisco Gouvea, delegado regional, observou que o trabalho de delegado nunca foi fácil, pois sempre esbarra no preconceito gerado pela falta de conhecimento das pessoas. "A criminalidade está crescente e temos o dever de sanar e fazer desenrolar a grande quantidade de inquérito e para este, não é só juntar provas, é investigar. É um trabalho delicado. Não inventamos provas, é preciso descobri-las e isso leva tempo. Esse trabalho vai para a mão do promotor que oferece uma denúncia. Assim, resta ao juiz determinar se o criminoso será punido. Mas é preciso mudar algumas leis e a educação das pessoas."
O delegado de Trânsito, Dr. Luiz Fernando também se pronunciou, falando sobre o trabalho desenvolvido, citando, inclusive que em Uberaba são emplacados cerca de 60 veículos por dia. Já Dr. Edson Morais, delegado da 2ª Delegacia de Polícia Civil, Aisp Boa Vista, falou sobre a atual situação da segurança pública e de como se encontra a Polícia Civil de MG. "Tem a maior carga horária dentre as carreiras jurídicas, sendo 40 horas semanais, mas é a que tem maior evasão. Insalubridade, piores condições de trabalho em se comparando com as carreiras da área jurídica. Mais da metade dos delegados mineiros tem menos de dez anos de carreira. Todos querem dar a sua cara na polícia civil, queremos um aprimoramento da lei da carreira, que surgiu em 1841".
Dr. Leonardo Cunha, delegado da AISP Rural, falou das dificuldades encontradas no trabalho e relembrou que sua unidade foi a primeira criada no Brasil, há cerca de um ano. Atende a Uberaba, Veríssimo, Delta e Água Comprida.
O vereador Luiz Dutra (SDD), que também é representante da categoria, concordou com o movimento dos colegas. "Se derem aos delegados mais poderes como era no passado, talvez seremos mais respeitados. Devemos lutar para que o delegado tenha também o poder de autorizar um mandado de busca e apreensão, por exemplo. Mudando a lei assim, poderemos exercer um trabalho mais ágil, mas efetivo. Policial eu não fui, eu vou sempre ser!", disse. Todos os demais vereadores externaram o apoio. João Gilberto Ripposati (PSDB), inclusive, pediu um fórum permanente de discussão de segurança pública.
Departamento de Comunicação